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Antes da deslocação do FC Porto a Coimbra escrevi aqui um artigo intitulado “Vítor Pereira na corda bamba”. Na sequência do empate com o Feirense e da derrota, na Rússia, com o Zenit, tinha a fort..." /> Pinto da Costa espera o quê? - Olhos de ver - Record

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Pinto da Costa espera o quê?

20 Outubro, 2011 659 visualizações

Antes da deslocação do FC Porto a Coimbra escrevi aqui um artigo intitulado “Vítor Pereira na corda bamba”. Na sequência do empate com o Feirense e da derrota, na Rússia, com o Zenit, tinha a forte convicção de que bastaria uma igualdade perante os estudantes para que os dragões mudassem de treinador. Como o desfecho acabou com um triunfo fácil dos azuis e brancos fiquei sem maneira de poder comprovar a minha intuição. Mais: pela forma serena como a equipa ultrapassou o conjunto de Pedro Emanuel pensei que o mau tempo já lá ia e que, contra o meu prognóstico logo no dia da apresentação, o técnico iria recuperar a confiança da nação portista e teria condições de se transformar num segundo André Villas-Boas, alguém que poderia vencer à frente de uma formação de topo sem antes ter comprovado credenciais e aptidões. Enganei-me. E parece que não foi por pouco…

Muitos dos adeptos portistas que conheço nem se lembram do 8-0 à simpática equipa do Pêro Pinheiro. Para eles, face às evidentes debilidades do opositor, essa partida da Taça de Portugal “não existiu” Ou dito de outra forma: existiu, foi oficial, valeu a qualificação para a 4.ª ronda da prova, permitiu confirmar que Walter merece a titularidade de momento, mas não serviu para mais nada, nomeadamente para fazer diminuir o coro de contestação que, de repente, nasceu no Dragão em torno do técnico principal.

Eu, que de tempos em tempos tenho uns ataques de optimismo, acreditava que o embate com o Apoel de Nicósia não seria muito diferente do jogo da Taça de Portugal. OK, é evidente que não estava à espera de 8 golos, nem 5 ou 6, mas pensava que o FC Porto iria voltar a ser uma equipa mandona, experiente, capaz de impor os ritmos, de empurrar o adversário para o seu meio-campo, de vulgarizar um opositor que, com todo o respeito aos seus profissionais, em Portugal jogaria com um único objectivo: evitar a despromoção. Voltei a enganar-me. E decididamente não foi por pouco…

O FC Porto jogou pouco e mal contra o Apoel. Dentro e fora do campo. É claro que criou oportunidades suficientes para, com estrelinha, poder ganhar. Contudo, quem viu o jogo, sabe que o mesmo também se pode dizer em relação aos cipriotas. E é precisamente nesta comparação que começam os problemas. Os campeões nacionais, ainda por cima em casa, não podem dividir o jogo com um concorrente muito voluntarioso, empenhado, mas sem qualidade por aí além. Os vários elementos conhecidos do plantel cipriota confirmam-nos isso: são razoáveis, até conseguem brilhar em emblemas pequenos, mas são incapazes de assumir protagonismo quando ascendem ao patamar mais alto. Quem é que naquela equipa seria capaz de triunfar num conjunto como o FC Porto? Ninguém! Grave, contudo, é perceber que no duelo de quarta-feira poucas diferenças se viram entre os profissionais de ambos os lados. Como é possível?

No final, João Moutinho, em declarações aos jornalistas, confirmou o óbvio, dizendo que “a equipa não está bem”. O médio revelou apenas algo que está à vista de todos. Contudo, aquelas palavras, pareceram-me uma mensagem com destinatário, um grito de alerta de um dos líderes do grupo. Voltei a ficar com a sensação de que Vítor Pereira retornou à corda bamba. Só que, desta feita, o elástico está mais desgastado, mais susceptível de rebentar. Por isso, mais uma vez, antevejo que um tropeção caseiro com o Nacional na próxima jornada da Liga e Pinto da Costa será forçado a intervir.

Bom, pelas minhas contas, mais tarde ou mais cedo, Pinto da Costa terá mesmo de reparar um erro que é só seu. Tenho perfeita consciência de que a saída de Villas-Boas o deixou num beco sem saída a escassas horas do arranque da temporada, mas o líder já teve tempo de sobra para perceber que com este técnico não vai lá e para descobrir outro. Adiar a decisão só serve para dar trunfos à concorrência. Os adeptos sabem isso, os jogadores também e até alguns dirigentes. Será possível que Pinto da Costa não o saiba? Duvido imenso, mas se calhar estou outra vez enganado…

PS – Vítor Pereira, que no Dragão sempre se esforçou por vestir um “fato” que não é seu, tentou justificar o injustificável no “flash interview”. Correu mal. Refugiar-se na tese de que o “Apoel não é uma equipa qualquer” é absurdo. Os cipriotas, pese toda a abnegação, são um dos elos mais fracos da Liga dos Campeões. Enaltecer a sua capacidade ou colocar o FC Porto ao seu nível é uma heresia. E quando é o treinador do FC Porto a fazê-lo não sei se devemos rir ou chorar…