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Jorge Jesus não perde uma oportunidade para menosprezar Nuno Gomes. Há muito que é assim. Curioso, no entanto, é constatar que o avançado não reclama publicamente e, pelo meio, também não deixa es..." /> A agilidade de Nuno Gomes - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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A agilidade de Nuno Gomes

1 Fevereiro, 2011 843 visualizações

Jorge Jesus não perde uma oportunidade para menosprezar Nuno Gomes. Há muito que é assim. Curioso, no entanto, é constatar que o avançado não reclama publicamente e, pelo meio, também não deixa escapar os escassos minutos de utilização que vai tendo para, através de golos (e/ou assistências), colocar em causa as opções do treinador.

Depois de ver o “seu” capitão marcar um golo na Vila das Aves – breves instantes após ter entrado em campo -, as imagens televisivas captaram Jesus a sorrir. Tal atitude deveria ser normal. No entanto, e por mais estranho que possa parecer, a eficácia do dianteiro joga contra o técnico das águias. Os adeptos, inclusive muitos daqueles que passaram anos e anos a criticar os falhanços do futebolista de Amarante, não compreendem a forma ostensiva como um dos maiores símbolos da história recente do clube tem sido tão desconsiderado. Nuno Gomes, decididamente, pode já não ter os atributos do passado, mas isso não significa, por si só, ter menos talento ou qualidade que alguns dos seus actuais companheiros de sector. E Jesus, como qualquer outro treinador, devia pensar no presente e não no passado ou no futuro a médio-longo prazo.

No recente jogo da Taça da Liga, Nuno Gomes não se limitou a marcar. Minutos volvidos foi capaz de assistir Felipe Menezes, confirmando uma característica que sempre se lhe reconheceu: facilidade em entender-se com todos os companheiros que surjam na frente de ataque. Foi essa dupla valência que, ao longo dos anos, lhe valeu o reconhecimento de técnicos e colegas de profissão. Jesus é o primeiro que trabalha com ele diariamente a não apreciar isso, embora seja incapaz de o admitir de forma frontal. De vez a vez vem a público dizer que o experiente avançado é essencial no balneário. Tem toda a razão nesse reparo, mas já devia ter percebido que, dentro do relvado, o rapaz também podia ajudar a equipa e, por extensão, o próprio treinador.

Esta terça-feira, no lançamento da visita ao Dragão, para a primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, Jesus foi instando a pronunciar-se sobre Nuno Gomes. E fê-lo com pinças. Compreendo, pois teve de se defender sem atacar o jogador. Ainda assim – ou não tivesse óbvias dificuldades para medir e escolher as palavras – lembrou-se de produzir uma tirada interessante:  “Ele já não tem a mesma agilidade e velocidade do passado”. Tem razão. O problema é que o futebol não é um concurso de ginástica ou uma corrida de 100, 400 ou 1500 metros. Deviam jogar não os mais ágeis ou velozes, mas essencialmente os que rendem. E Nuno Gomes, na tarefa de marcar golos (a principal de uma avançado), tem rendido mais que outros. E contra isso Jesus não consegue argumentar. A sua defesa passa, como sucedeu aquando do golo anterior do dianteiro, por esquecer-se de o convocar ou de o retirar do banco mesmo quando isso parece obrigatório.