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Aquando do sorteio da actual edição da Liga, poucos admitiam como possível que, à 5.ª jornada, um Benfica-Sporting podia ser tão importante para ambos os conjuntos. Contudo, é exactamente isso que ..." /> Muito mais que um dérbi - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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Muito mais que um dérbi

19 Setembro, 2010 532 visualizações

Aquando do sorteio da actual edição da Liga, poucos admitiam como possível que, à 5.ª jornada, um Benfica-Sporting podia ser tão importante para ambos os conjuntos. Contudo, é exactamente isso que acontece de momento: a partida tem cariz de decisiva, embora a matemática nos diga que tudo (ou praticamente tudo) ainda é susceptível de ser alterado nos meses seguintes. 

Águias e leões não podem, sob pena de se atrasarem de forma demasiado evidente na classificação, sair do embate da Luz sem pontuar. E mesmo embolsar um mísero pontinho será escasso, caso o FC Porto consiga fazer na Choupana aquilo que tem logrado em todos os campos do País e do estrangeiro: ganhar.

Sendo justo começar por referir que o grande culpado pelo momento algo delicado dos vizinhos da Segunda Circular é o… FC Porto (se os dragões não estivessem tão eficientes, os deslizes alheios teriam menos impacto), convém não ignorar que os rivais lisboetas têm muitas responsabilidades na sua sorte. Ok, é verdade, com um pouco mais de estrelinha (já para não falar de arbitragens), seria fácil que Benfica e Sporting tivessem somado mais uns pontos. Contudo, se analisarmos de outra forma, também se pode dizer que a situação podia estar ainda mais complicada. Bastava Hugo Leal ter acertado um penálti na deslocação do Vitória de Setúbal à Luz e o juiz André não ter tido uma Gralha enorme na recepção caseira dos leões ao Olhanense e talvez o cenário fosse ainda mais negro.

Jorge Jesus, como sempre tem feito desde que começou a temporada, resguarda-se no facto do Mundial ter atrasado a preparação de algumas das suas pedras basilares. É por isso, segundo ele, que as coisas não têm corrido bem. Não aceito essa versão. Pelo menos de forma tão linear. Dos 7 encarnados que estiveram na África do Sul, dois já não fazem parte do plantel e só Maxi Pereira, Cardozo e Fábio Coentrão jogaram com regularidade, embora o lateral esquerdo tenha regressado a casa (juntamente com a Selecção Nacional) muito antes da prova acabar. Pretender justificar três derrotas (mais que em todo o campeonato anterior) em quarto jornadas só com isso ou com os erros da arbitragem é uma mera forma de sacudir a água do capote.

O Benfica está pior, basicamente, porque: os reforços não pegaram de estaca (tal como sucedeu com Di Maria, dá a ideia que alguns dos seus compatriotas precisam de tempo e de apanhar a equipa numa onda mais favorável), Cardozo, Saviola e companhia não exibem o fulgor ofensivo de há uns meses e a defesa deixou de ser segura pelo motivo que todos sabem, mas só alguns admitem. A juntar a tudo isto creio que a forma clara como a equipa foi dominada pelo FC Porto na Supertaça mexeu – e muito – com a confiança do plantel.

Em relação ao Sporting, existe uma maior compreensão no que se refere aos tropeções. Quer se queira, quer não, estamos a falar de uma equipa nova com um treinador novo. Em traços gerais é preciso dar tempo para que a máquina comece a ficar oleada. Quem esperava que Paulo Sérgio fosse capaz de, num passe de mágica, construir um grupo sólido em meia dúzia de dias é, no mínimo, um tremendo optimista.

O grande problema, para Paulo Sérgio ou para qualquer treinador que chega a um emblema obrigado a vencer, é que tempo é coisa que dirigentes e adeptos nunca possuem em abundância. Ganhar tem de ser uma missão imediata e praticamente constante. É por isso que o jovem técnico está pressionado. Independentemente de poder estar a moldar um grupo forte e coeso, só terá tempo para o afinar se, pelo caminho, não ficar muito longe do topo.