Idade falsificada
O desporto está repleto de situações em que a idade dos atletas é adulterada para permitir que, rapazes e raparigas, possam actuar como se fossem mais novos e, dessa forma, ajudar a reforçar equipas (quase sempre selecções) que, em condições normais, não seriam candidatos a nada de relevante. Na maioria dos casos, tais “manobras” são propostas e/ou incentivadas pelos dirigentes.
O inverso, modificar as datas existentes nos documentos para tornar alguém mais velho, pensava que só acontecia quando alguns atrevidos adolescentes pretendem ter acesso a algo que lhes está ainda vedado pelo Bilhete de Identidade (entrar em discotecas ou casinos, visualizar determinados filmes, comprar tabaco, beber álcool, tirar a carta, etc, etc). Afinal, também pode ser para participar em competições desportivas…
Dong Fangxiao, ginasta que nos Jogos Olímpicos de Sidney’2000 contribuiu para a conquista da medalha de bronze da China no certame por equipas, não tinha 14 anos quando marcou presença na competição, violando as determinações da Federação Internacional de Ginástica (FIG) que, depois de longa investigação, solicitou ao Comité Olímpico Internacional (COI) que anulasse os resultados da atleta e, consequentemente, da equipa asiática.
Resta saber, agora, 10 anos volvidos, se o COI vai confirmar a desclassificação da China e atribuir o terceiro lugar aos Estados Unidos.
Paralelamente, abre-se uma outra discussão: será legítimo impedir a participação de atletas até determinada idade nos Jogos Olímpicos quando, comprovadamente, apresentam resultados capazes de os fazer chegar às medalhas? Tenho muitas dúvidas… Ainda assim, considero que os familiares devem estar sempre atentos a tudo o que considerem poder ser prejudicial para o normal desenvolvimento das crianças. No desporto e em tudo o resto!
