O mundo ao contrário (com Lauren Bacall)
Lauren Bacall, dizem as “biografias” da Net, faz 86 anos na quinta-feira 16 de Setembro deste ano da graça de 2010. Quando o cinema era a preto e branco, só podíamos contar com a luz das actrizes e dos actores. Bacall, como Ingrid Bergman, Greta Garbo, Ava Gardner, até Marilyn Monroe ou Elizabeth Taylor brilham ainda hoje com a mesma intensidade.
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“Circulam, entre os benfiquistas, mensagens de SMS e on line a exortar à falta de comparência dos adeptos nos jogos realizados fora da Luz. O argumento principal é a necessidade de penalizar – uma vez que o Benfica é o clube que arrasta, de norte a sul, maior falange de seguidores -, no seu todo, uma competição que não garante as regras básicas da verdade desportiva. No Plenário de hoje, esta questão vai estar em debate, havendo desde já um forte sentimento de compreensão para com esta possibilidade, ou não se estivesse perante aquilo que é visto, em círculos directivos, como um ataque concertado ao clube. “Trata-se de matéria muito sensível que não deixará de suscitar, esta tarde, reflexão aprofundada, uma vez que a receita dos jogos com o Benfica é vital para o equilíbrio financeiro de muitos clubes da Liga Zon Sagres.”
O texto é de “A Bola” e traduz algo único, muito para lá de um tristemente célebre momento de luto sportinguista, aqui há uns anos.
Quer dizer, o Benfica está em 13.º lugar e alguns benfiquistas, a acreditar em “A Bola”, estão disponíveis para deixar de apoiar a equipa nos jogos fora. “Joguem sozinhos, que nós estamos solidários convosco e não estaremos aí para apoiar, aplaudir, gritar. Joguem sozinhos, vá, que nós estamos contra “uma competição que não garante as regras básicas da verdade desportiva. Joguem sozinhos, vá, que nós não contribuimos para o “vital equilíbrio financeiro de muitos clubes da Liga Zon Sagres”.
“Onde vais?
perguntas tu ainda meio a dormir
nao sei bem
respondo eu sem saber o que vestir
porque sais?
ainda é cedo e tu nao sabes mentir
nem eu sei
só sei que fica tarde e tenho de ir” (Xutos & Pontapés)
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A TORTO E A DIREITO (update 1: 14/9/2010 – 02.32)
“… b) Compreendemos e associamo-nos ao movimento de indignação que desde sexta-feira varre o país. Face à adulteração da verdade desportiva, queremos pedir aos sócios e adeptos do Benfica que continuem a apoiar, de forma inequívoca e sem reservas, a equipa nos jogos que o Benfica realiza no Estádio da Luz, mas que se abstenham de se deslocar aos jogos fora de casa.
c) Solicitar ao Presidente do Sport Lisboa e Benfica a suspensão imediata de quaisquer negociações relativas aos direitos televisivos relativos aos jogos da sua equipa profissional a partir da época 2012/13 que possam estar a decorrer com a Olivedesportos. Mais, foi igualmente solicitada uma avaliação no sentido de apurar a possibilidade do Clube passar a gerir de forma autónoma os seus direitos audiovisuais.
d) Equacionar, em face do desgaste e da falta de garantias de isenção na arbitragem agora evidenciadas, a participação na presente edição da Taça da Liga.
g) Declarar o Secretário de Estado ‘persona non grata’ pelo trabalho que prestou ao futebol português. Abandonou a anterior Direcção da Liga no seu combate pela credibilização do futebol português, alheou-se – por completo – do processo “apito Dourado”. É, ainda, o responsável por nada fazer para aplicar a lei, pelo que a arbitragem e a Comissão Disciplinar continuam na Liga, quando já deviam estar na Federação Portuguesa de Futebol desde 1 de Julho.”
Estes são apenas pedaços do comunicado que resultou do plenário órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica e que foi lido por Luís Nazaré. O comunicado, na íntegra, pode ser lido aqui, no site oficial do Benfica. 
Quase como se tivessem perdido momentaneamente o controlo de uma FPB, os orgãos sociais do Benfica esgotaram um carregador: Olivedesportos, árbitros, Taça da Liga, Laurentino Dias, entidades que “percorreram caminhos sinuosos sem problemas de consciência e sem reparo ou castigo da justiça”, enfim, “as notas que alguns observadores têm atribuído a algumas actuações de árbitros”.
No meio da saraivada, um apelo inacreditável: os sócios e adeptos devem abster-se “de se deslocar aos jogos fora de casa”. Portanto, confirma-se: o Benfica, pelo menos a representação institucional, está a pedir que a equipa actue sem qualquer apoio nos estádios deste país. Que jogue sozinha, que não receba aplausos quando jogar bem, incentivos ou assobios quando jogar mal. Que fica ali abandonada, mas sabedora que sócios e adeptos estão com ela apenas em espírito. Deve ser algo inédito desde o nascimento do futebol. Ou então, apenas o lançamento de um novo cântico: “Só eu sei por que fico em casa!”
