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Parece que houve quem não percebesse a diferença entre Benfica e Sporting no dérbi de domingo.Quer dizer, o Benfica “deu” 2, podia ter “dado” 4 ou 5, mas foi tudo, aparentem..." /> — ler mais..

Parece que houve quem não percebesse a diferença entre Benfica e Sporting no dérbi de domingo.Quer dizer, o Benfica “deu” 2, podia ter “dado” 4 ou 5, mas foi tudo, aparentem..." /> “Porque não?” (a entronização do “punching bag”) - Variação Contínua - Record

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“Porque não?” (a entronização do “punching bag”)

21 Setembro, 2010 699 visualizações

Parece que houve quem não percebesse a diferença entre Benfica e Sporting no dérbi de domingo.
Quer dizer, o Benfica “deu” 2, podia ter “dado” 4 ou 5, mas foi tudo, aparentemente, circunstancial. “Jogaram no nosso erro”, lamentou-se Paulo Sérgio, treinador do Sporting, como se tivesse acabado de assistir a um pecado.
Alguém há-de explicar um dia quando é que o futebol não é jogar no erro do adversário. Seja porque os rins erraram e não evitaram o drible, seja porque o erro momentâneo de posição libertou o avançado para o remate, seja porque… outra coisa qualquer.

*

Adiante. Com o FC Porto e André Pina Cabral, bisneto do 1.º visconde de Guilhomil e neto de Margaret Kendall, em “win mode” próprio do “Championship Manager” (ou “Footbal Manager”, para o caso tanto faz), com este “win mode”, dizia, o duelo da 2.ª circular foi reduzido a isso mesmo. O Benfica ainda está a 9 pontos, o Sporting está a 8. Há muito frango para virar? Pois há. Mas o poder de fogo do Dragão vira mais frangos e mais depressa. Seja com autogolos do adversário, penaltis sim e penaltis não, ou outra coisa qualquer. Jogar no erro, lá está.

Depois de o sr. Gilberto Madaíl dizer, sabe-se lá porquê, que não foi a Madrid em peregrinação, prosseguiu a entronização do inacreditável Paulo Bento. O ex-treinador do Sporting, inactivo há 10 meses (desde 6 de Novembro de 2009), terá pronunciado o “sim” e será esta terça-feira, 21 de Setembro do ano da graça de 2010, oficializado como seleccionador nacional.
De Moutinho a Villas-Boas; de Artur Jorge (quem?!!) a Humberto Coelho; enfim, há unanimismo na escolha. Ainda não perguntaram a Liedson ou até a Miguel Veloso, mas isso também importa pouco. A segunda escolha (é a 2.ª escolha sim, porque o convite, oficial, só foi formulado depois da rábula Mourinho) acaba, afinal, por revelar a sagacidade do sr. Gilberto Madaíl: o “mundo” acha que é a melhor solução.  “é disciplinador”; “conhece os jogadores e a selecção nacional” e mais não sei o quê. “Porque não?”, terá perguntado Cristiano Ronaldo, como se isso fosse uma espécie de cheque em branco.

Já o escrevi uma vez:  “Desde o dia em que, nos primeiros tempos como profissional de RECORD, falhei a recolha de opiniões do seleccionador nacional da altura (Juca) porque este resolveu sair pelas traseiras do antigo Estádio da Luz após um jogo mal resolvido da selecção nacional, julgo ter entendido muito bem o significado do cargo de responsável pela “equipa de todos nós”. É o saco de pancada, o “The man they love to hate”, para citar grande música dos não menos grandes Stranglers. Tudo isto inclui os ataques a Humberto Coelho porque era do golfe; a António Oliveira porque gostava de alho e usava muletas no banco; a Scolari porque gostava da Senhora do Caravaggio, não convocava Baía e tinha um séquito de jornalistas que sabiam recitar amén, enfim, até peregrinas soluções como Ruy Seabra, ou a respeitável e inglória liderança a 4 que sucumbiu à França de Platini em 84.” Para não falar, acrescento agora, nos sopapos de Sá Pinto a Artur Jorge ou no “vaginagate” de Queiroz.

Paulo Bento, ex-treinador do Sporting, inactivo há 10 meses (desde 6 de Novembro de 2009), é apenas o próximo “punching bag”. Como é novo, ainda há o natural cuidado de o desembrulhar, pendurá-lo, enfim, prepará-lo devidamente para a sessão de pancada. Mas há alturas em que os preliminares são redundantes. Esta é uma delas. Por isso, recuso o unanimismo. E repito: É pior o Bento que o soneto.

* Bacall, Bogart, Marilyn. Quando o star-system era, objectivamente, o sonho.