O caminho da redenção (actualizado)
A selecção nacional deu 3 dos 18 passos que tem de cumprir se quiser estar presente no Euro 2012. Fê-lo de forma competente, com alguns, inevitáveis, toques de habilidade e, surpresa, alguma solidariedade na fase crítica do jogo, logo após o autogolo de Ricardo Carvalho. Não faltarão, já nas próximas horas, loas e elegias ao trabalho do novo seleccionador nacional, Paulo Bento. Talvez seja melhor alguma contenção.
É verdade que não houve invenções. Ninguém escolheria um 11 melhor do que aquele que começou o jogo do Dragão. Até as substituições foram cirúrgicas. A dúvida que se coloca para os próximos 15 passos (3 mais já na terça-feira, na Islândia) é a continuidade deste princípio “do colectivo” que apareceu, a espaços, no Porto. Se Paulo Bento conseguir aumentar esses níveis de “commitment”, bom, então aí temos selecção e temos seleccionador. E este blog, que mantém a mesma opinião sobre a escolha da FPF, não terá qualquer problema em tirar o chapéu — isto, claro, partindo do princípio que o usa, algo que não é, de todo, realidade.
* espírito de equipa em “Planet Terror”, de Robert Rodriguez
Já agora, é bom lembrar o que está em jogo: 16 finalistas, 2 deles, Polónia e Ucrânia automaticamente qualificados. Os outros 14 vêm dos vencedores dos 9 grupos de qualificação, mais o melhor segundo, mais os vencedores dos (sorteados) play-offs a duas mãos entre os restantes 8 segundos classificados.
Grupo H
Portugal-Chipre – 3/9/2010 (4-4); Noruega-Portugal – 7/9/2010 (1-0); Portugal-Dinamarca – 8/10/2010 (3-1); Islândia-Portugal – 12/10/2010; Portugal-Noruega – 4/6/2011; Chipre-Portugal – 2/9/2011; Portugal-Islândia – 7/10/2011; Dinamarca-Portugal – 11/10/2011
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11-10-2010
Na habitual Ruimilia dos domingos na SIC N surgiu uma tese segundo a qual os jogadores não queriam Queiroz e por isso jogavam mal, não se aplicavam, enfim, não queriam ganhar. Em bom português e seguindo a mesma teoria, os seleccionados por Carlos Queiroz “fizeram a cama” ao ex-seleccionador. Foi só ele sair e pronto, bora aí jogar bem, pressionar o adversário que tem a bola, marcar golos, ganhar.
Admitindo que aconteceu, uma ou mais vezes, essa espécie de boicote, esse não querer ou apenas deixar andar, não explica tudo. Há alguns pormenores que marcam a diferença: Pepe jogou onde deve jogar, a central. Ronaldo não foi abandonado na frente, à mercê de meia dúzia de charutadas a tentarem ser passes em profundidade. Quando saiu um ponta de lança entrou… outro.
Para 3.ª feira, a lógica será “em que equipa que ganha não se mexe”?
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Estão, parece-me, esclarecidas as dúvidas de alguns comentários aqui colocados. Gostaria apenas de lembrar que não estamos nem na televisão nem na rádio, pelo que “a posição” que este blog ocupa agora é a mesma que já tem desde 2 de Março. E o estar 2 ou 3 cms mais à esquerda na página é apenas questão gráfica ditada pelas circunstâncias. O que tenho a dizer sobre o fim do “Conversas de Café” na comunidade de blogs Record, di-lo-ei apenas ao Gomes Ferreira, de quem sou amigo há muitos anos.