Indignações e outras confusões
Ao mesmo tempo que ensaiava uns movimentos talvez entre o robocop avariado e o “moonwalking” foleiro, bastou ao sr. Blatter vir dizer algo que toda a gente suspeitava para nascer indignação sem paralelo. Do sr. presidente da FPF, que não pareceu indignar-se com a batalha campal promovida pelos ditos “Casuals” junto ao Estádio do Dragão; ao ministro Guedes, nada indignado com os mais de 900 mil desempregados, passando por treinadores, comentadores, opinadores, enfim, quase não houve cão nem gato (e isto agora até está, ou estava, também na onda das indignações) que não viesse indignar-se. Até há petições para fazer não se sabe bem o quê a Sepp Blatter — ensiná-lo a dançar, talvez?
Ah e tal, o presidente da FIFA não gosta de Ronaldo, não gosta dos portugueses, só gosta mesmo daquele rapaz baixinho que foge aos adversários e aos impostos. E depois? Bom, é por isso que Ronaldo não ganha as edições da Bola de Ouro e não sei quê. Mas o não ter vencido a coisa alguma vez impediu Cristiano Ronaldo de continuar a jogar futebol como só ele sabe? E já agora: não vai Ronaldo ao cabeleireiro? E não é um comandante dentro de campo? 
Não é também isso que esperam dele os adeptos do Real Madrid e os agora indignados portugueses?
Ah e tal, o Blatter não podia dizer o que disse. Não? O presidente da FIFA não pode ter um futebolista preferido? As prioridades andam apenas trocadas, é o que é. Dos incidentes em redor do Estádio do Dragão não se viram nem ouviram indignações; da linguagem e atitude do presidente do Sporting também não. Mas pronto, isto do Blatter até dá jeito. É como os 2 cães ou 4 gatos por apartamento.
