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Mais poupadinha do que nunca, a Fórmula 1 avançou este domingo para o primeiro Grande Prémio da história disputado por carros com sistemas híbridos de propulsão. A ultracomplexa aliança entre os no..." /> F1 2014 à distância (1 – poupadinhos) - Variação Contínua - Record

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F1 2014 à distância (1 – poupadinhos)

17 Março, 2014 703 visualizações

Mais poupadinha do que nunca, a Fórmula 1 avançou este domingo para o primeiro Grande Prémio da história disputado por carros com sistemas híbridos de propulsão. A ultracomplexa aliança entre os novos motores 1.6 litros V6 turbo e os recuperadores/geradores de energia permitiu alcançar números extradordinários. Dos 52 kg/litros de combustível por 100 quilómetros que foram consumidos na Austrália em 2013 passámos para os 32,5 kg/litros este ano. As contas são básicas, podem servir de bandeira para uma discussão sobre ecologia, mas são fraca ajuda na defesa da preocupação com a redução de custos (e já lá vamos) e acabam por ser coisa pouca face ao que esta efectiva baixa nos consumos representa para o mais importante: as corridas, a competição. 

A desqualificação de Daniel Ricciardo é interessante ponto de partida para o que vai estar em causa ao longo do ano. Não bastava a juventude dos motores, nem os novos carros, nem a tecnologia implicada nas “unidades motrizes”. A FIA foi draconiana nos limites de combustível por carro (100 kg) e actuou pela primeira vez nos fluxos desse combustível servidos aos 1.6 turbo. Fixou esse valor nos 100kg/h. O mesmo é dizer que na hipótese académica de um carro andar sempre no limite dos tais 100kg/h colocados à disposição do motor, o combustível daria para uma hora de corrida.

Sucede que os GP têm duração média de hora e meia, pelo que os 30 minutos restantes dependem das poupanças que os pilotos e o software forem capazes de fazer. E, claro, da energia recuperada e regenerada. Para controlar o tal limite da injeção de combustível, a FIA impôs uma espécie de medidor standard   , que a Red Bull não acolheu como fiável ao mesmo tempo que terá ultrapassado consciente e repetidamente o limite dos 100kg/h servidos ao motor Renault do carro de Ricciardo.

Mais do que a já habitual discussão sobre regulamentos, este episódio mostra o que está em causa. O investimento nos novos sistemas e nos meios para os controlar nunca será, enfim, recuperado só porque a F1 passou a gastar menos 1300kg de combustível por GP. É um valor estimável, sem dúvida, mas o reverso da medalha mostra uma F1 cada vez mais complexa, mais dependente do software e eventualmente menos interessante. Na medida em que as poupanças dos pilotos e as que vêm da boxe vão obrigar a ritmos intermitentes ou lógicas de contenção que nem sempre serão compreendidas.

Esta última questão está ainda por provar, mas foi notória a diferença de abordagem de alguns pilotos em momentos distintos da corrida. Isto embora seja reconhecido por todos que o GP Austrália enquanto primeira prova da época nunca é espelho nem projecção 100 por cento fiável do que vai acontecer ao longo do campeonato.

É por isso que a vitória fácil de Rosberg apenas confirma a superioridade da Mercedes nos testes de pré-temporada. Tal como os zero pontos da Red Bull (uma desistência e uma desqualificação) mostram como a equipa de Vettel e Ricciardo ainda tem muito para fazer. Tal como a Ferrari, que foi apenas mediana. Ver o estreante Daniil Kvyat ameaçar Raikkonen durante 3 ou 4 voltas é coisa em que poucos apostariam.