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Variação Contínua

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O pirata teria gostado

28 Julho, 2014 972 visualizações

Nunca saberemos o que seria do Tour que ontem terminou em Paris se Alberto Contador e Christopher Froome não tivessem desistido antes ainda de a prova ter chegado a meio. O esperado duelo entre o espanhol e o britânico teria atirado Vincenzo Nibali para papel secundário, decidindo-se então o triunfo entre os dois melhores ciclistas do pelotão internacional? A pergunta tem razão para existir e é inclusivamente a tese – sem ponto de interrogação, portanto – de todos quantos entendem que o italiano ganhou por… falta de comparência. Nada mais injusto. E provavelmente mais longe da realidade. Mesmo que haja quem insista em dizer que Nibali teve a sorte de estar no local certo e à hora certa.

O italiano da Astana entra para o restrito clube dos que fizeram o pleno, ganhando as 3 maiores provas por etapas do ciclismo profissional. Nibali está agora ao lado de nomes como Anquetil, Gimondi, Merckx, Hinault e Contador, pelo que talvez seja de bom tom atribuir-lhe algum mérito, enfim, reconhecer-lhe qualidades de ciclista de topo. Para completar esse reconhecimento há pelo menos mais um facto a favor do antigo escudeiro de Ivan Basso na Liquigas – o corredor nascido há 29 anos em Messina, Sicília, nunca se escondeu nem optou por seguir apenas a corrente favorável que trouxe as desistências dos principais favoritos. Nibali fecha esta edição do Tour com quatro vitórias de etapa, todas evidenciando superioridade categórica sobre os adversários. É também por isso que a ausência de Froome e Contador ainda custa mais aos que gostam de ciclismo. Poderia ter acontecido uma edição épica, com 3 homens a discutir ombro a ombro o triunfo final. Este embate fica provavelmente adiado para 2015, mas não minimizemos o que aconteceu simplesmente porque a vitória sorriu a alguém que não estava nas previsões dos especialistas.

Tal como está escrito numa das curvas da subida ao  Alpe d’Huez, também a Volta à França não conhece nomes. Apenas ciclistas. Daqueles com a fibra e a personalidade demonstradas por Nibali. Tragicamente desaparecido (e desacreditado antes disso), Marco Pantani, o “Pirata”, teria gostado de ver este compatriota rendê-lo na lista dos italianos que chegaram de amarelo aos Campos Elísios.