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O encontro de interessados

26 Julho, 2014 880 visualizações

Está ainda por conhecer o que vale e para que serve, de facto, a anunciada aliança entre os três grandes do nosso futebol, mas já houve quem se adiantasse a hipotéticos resultados para considerar que vivemos “momento histórico”. Como sempre em circunstâncias, digamos, especiais, a tendência para a hipervalorização e para cenários majestosos ilude o essencial e, como resultado dos excessos, serve apenas para criar expectativas que, regra geral, não são depois confirmadas.

Entendamo-nos: a imagem de Benfica, Sporting e FC Porto sentados à mesma mesa, pugnando pelos interesses comuns do (no) futebol português, é algo ao nível de épico cinematográfico sobre a salvação da humanidade com final em crescendo e música a condizer. Um daqueles “blockbusters” próprios da época de verão, onde há efeitos especiais mas também exaltação de valores morais, heroísmo, nobreza e despojamento e em que o bem da comunidade e a preocupação pelo outro são completados com o bom e velho “love conquers all”.

Descontando os anglicismos e a figuração, esta assumidamente cínica, a verdade é que talvez tenha chegado o momento para algum encontro de interesses deste trio maravilha, que ao procurar salvar-se conseguiria o mesmo destino para todos os outros. E tanto que estes precisam. Se tem valor “histórico” ou apenas conjuntural, só a prática vai revelar.

As dúvidas, essas, são muitas, mais ainda quando o estado comatoso a que chegou a Liga há muito poderia ter sido evitado pelos que agora decidiram entrar em ação. Como sempre, os jogos de poder e o “cada um por si” ditaram leis e foram empurrando a estrutura profissional do futebol português para uma espécie de beco sem saída.

Não se percebendo muito bem se vai ou não haver intervenção estatal que suporte o arranque dos campeonatos, a declaração de intenções do trio tem pelo menos o mérito de sugerir que, desta vez, estará toda a gente a remar para o mesmo lado. Mas não nos iludamos. Assim comece a competição; assim avancem os resultados; os pontos ganhos ou perdidos pelo penálti que sim ou o fora de jogo que não, e deixa de haver maravilha. E trio. Aliás, nem seria preciso lembrar o que um dos elementos disse recentemente sobre os outros dois. Tudo isto, sim, é histórico. E é… dos livros.