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Campinas: tudo e o seu contrário (regressa o bombo da festa II)

20 Junho, 2014 793 visualizações

Os quatro golpes que destruíram as frágeis probabilidades da Seleção Nacional em começar este Mundial com o pé direito ajudaram a demonstrar o carácter bipolar do convencionado “futebol português”. Da euforia e da fé inabalável muitos foram os que viajaram directamente para uma espécie de condição catatónica, onde tudo e o seu contrário servem não apenas para explicar o desastre de Salvador, mas também para “adivinhar” as tragédias que aí vêm.


            As milhentas análises técnico-táticas superiormente despejadas sobre o adepto comum não podiam ser mais esclarecedoras e mais iluminadas. De tal maneira que seria desperdício e perfeita inutilidade estar aqui a escrever sobre “pressão alta”, “blocos baixos”, “transições”, “basculações” e outros palavrões que tentam tornar um simples jogo de futebol em algo ao nível da física quântica. A Seleção foi atropelada e, não havendo ainda qualquer certeza sobre se será capaz de levantar-se, logo lhe saltaram ao caminho todos os que esperavam apenas a oportunidade para tudo saber e tudo criticar. Um dos problemas, talvez o segundo maior, está na forma como a FPF, equipa técnica e jogadores foram capazes de pôr-se a jeito para esta espécie de tiro ao alvo. Dos atiradores habituais e, lá está, de todos quantos passaram do apoio efusivo à mais convicta das… dúvidas.

            Estamos então no tempo de voltar a questionar as escolhas de Paulo Bento; a verdadeira e objetiva condição física de Cristiano Ronaldo, Hélder Postiga, Raul Meireles, Moutinho, enfim, de quase todos os convocados. Estamos no tempo de perguntar o que foi a Seleção fazer aos Estados Unidos; questionar as relações entre toda a estrutura e os jornalistas presentes em Campinas; teorizar sobre laterais e guarda-redes e médios, atacantes ou de contenção.

            Bom, mas dir-se-á que tudo isto é natural, mais ainda quando sabemos que não há verdades absolutas, nem o seleccionador, jogadores e restante “staff” têm estatuto de intocáveis. Sucede que os traços de bipolaridade do “futebol português” colocaram todas estas entidades no bem conhecido caminho do “quem não é por nós é contra nós”. E esse, para lá, claro, da importância do jogo de domingo com os Estados Unidos, é o problema maior. Como se os críticos, ou os que questionam, ou os que passaram da euforia à depressão tivessem deixado de ser portugueses para passarem a ser talvez norte-americanos. Ou ganeses.

Foto: Francisco Paraíso