coisas ligeiramente idiotas (DC)
DC: Depois do Clássico
Anda por aí, em qualquer hipermercado perto de si, um “livro” chamado “Os Mandamentos de Jesus”. Editado em março deste ano da graça de 2010, o volume pretende ser “obra biográfica de grande fôlego, uma investigação jornalística que nos leva numa viagem pela vida do actual treinador de um dos maiores clubes do Mundo, a viver o melhor momento desportivo das últimas duas décadas“. Não discutindo, nem o fôlego, nem a investigação jornalística, é relevante que a dado passo desses “mandamentos” surja um gráfico que compara a equipa-tipo utilizada por Quique Flores em 2008/2009 com a equipa-tipo utilizada por Jorge Jesus até próximo da data de publicação do “livro”. O que tem isto de ligeiramente idiota? Bom, eis a defesa-tipo utilizada por Quique Flores antes de levar a Orsi Feher a conhecer outras paragens: Quim; Maxi Pereira, Luisão, Sidnei e David Luiz.
A afirmação de superioridade do FC Porto no passado domingo foi superiormente gerida após os 5-0 ao arquirival. André Pina Cabral caminha nos limites do politicamente correcto; os jogadores dizem, todos, que nada está ganho e os 10 pontos de diferença são para, pelo menos, manter; Pinto da Costa está, e bem, calado.
A excursão a Luanda, com 15 minutos de Mantorras em campo, esbateu o colapso no Dragão. Quer dizer, potenciou a indiferença (talvez até a resignação) dos benfiquistas. Parece que houve quem não gostasse das declarações de Luís Nazaré; surgiram informações sobre os 5 milhões de euros que custaria, em teoria, o despedimento de Jorge Jesus; ah, claro, continuaram a surgir informações sobre jogadores “na mira” do Benfica; e até o interesse da Roma em… Luisão. Passivo da Benfica SAD? “373,8 milhões de euros, o que significa um acréscimo de 195,2 milhões de euros face ao exercício anterior. Esta variação é essencialmente justificada pelo aumento do passivo individual da Benfica SAD e pela incorporação da Benfica Estádio no perímetro de consolidação do Grupo”.
Ironicamente, o desastre no Porto teve inesperada e crucial válvula de escape em… Alvalade. 24 horas depois do descalabro, os adeptos benfiquistas aliviaram a depressão apreciando mais um momento de mediania do Sporting. Não há calças de fazenda, fatinhos, normas de conduta ou proibições que resultem. Em Alcochetyang, bem pode o grande líder conversar (para reporter fotográfico registar) em pleno relvado com um ensonado e incomodado Paulo Sérgio. A época segue quase a papel químico do rendimento de há um ano por esta altura.
A jornada do fim de semana tem tudo para mais momentos de divertimento. No Dragão, com alguns bilhetes a 1 euro, volta a pergunta: por quantos vai o FC Porto ganhar? Na Luz, seguramente menos de meia casa terá hipótese de ver o Benfica despachar a Naval. Sobram dois grandes jogos. O derbi minhoto e a decisiva deslocação do Sporting a Coimbra. Vêm aí 2 vitórias… caseiras.
() Adenda: Depois de mais uma convocatória clara e objectiva, Paulo Bento veio dizer que a seleccão nacional tem por missão “não ver jogar a Espanha”. Assim de repente, parece-me um bom princípio. Veremos se é possível aplicá-lo.