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Não sei como lhes explicar isto

16 Novembro, 2015 818 visualizações

Texto publicado no Record Premium e na versão impressa a 16 de novembro de 2015

Não é fácil escrever uma crónica num jornal desportivo quando quase tudo o que vemos, ouvimos e lemos está relacionado com o terror em Paris. Ou será, mas para alguém com mais talento do que eu. Estou aqui às voltas a pensar se pego na vontade de Siqueira, na sorte de Cervi, no comportamento de Bilal ou no esforço que Jefferson faz para jogar o dérbi. Mas mesmo um dos mais excitantes jogos em Portugal parece pífio quando há explosões à porta do Stade de France.
O que se segue não é fácil. Ver discutidos problemas como o ISIS a ou sobrevivência do modo de vida europeu de forma leve – ou será leviana? – como se discute futebol é complicado. Que os penáltis nos apaixonem e levem a dizer barbaridades a favor do nosso clube ainda se perdoa. Mas as vidas humanas que se perdem em Paris são iguais às muitas ceifadas na Síria ou aos estragos que vão sendo feitos na Nigéria e a que poucos dedicam tempo e espaço. Sim, a ignorância e a falta de informação ajudam aos verdadeiros atentados aos valores humanitários que vamos enfrentando em discursos inflamados nas redes sociais ou mesmo nos locais onde menos esperávamos. Mas as soluções fáceis não passam disso. Se é que há soluções.

As minhas desculpas por hoje não falar aqui de Jesus, Rui Vitória ou Lopetegui. Estou demasiado embrenhado em tentar perceber que raio de Mundo é este. O que motiva o ISIS. Por que anda um luso-descendente a fazer-se explodir em Paris. Sou pai de três filhos e pensava que eram o desemprego, a droga e as noitadas que me iam tirar o sono. Afinal é muito pior. Confesso, não sei como lhes explicar isto.