#Benfica: Entre o equilíbrio e a pressão
Ter uma equipa como o Benfica longe das vitórias muito tempo é sempre complicado. É verdade que na pré-época o que importa é afinar estratégias, integrar os reforços e explicar as ideias do técnico, principalmente quando ele é novo, como é no caso dos encarnados. Mas ganhar também é importante. Os triunfos ajudam a trabalhar com alegria, sim, mas também sossegam os adeptos, que no defeso estão sempre preocupados e atentos ao que está a fazer a equipa, lá longe dos olhos que a admiram.
Cabe a técnico e dirigentes minorarem o impacto dos resultados com factos. O primeiro já viu a equipa praticar um futebol mais interessante no último encontro. Amanhã há mais no México. Uma vitória seria excelente, mas a falhar outra vez, que seja com nota artística.
Reforços não acrescentaram nada à equipa de Vitória. O que deve fazer Vieira?
Já o desafio de Vieira é maior. E o equilíbrio difícil e arriscado. Os reforços que ofereceu até agora a Rui Vitória mostraram pouco. Carcela parece, de facto, bom jogador e pode chegar à equipa rapidamente, mas… é pouco. Com a saída de Lima, um avançado importantíssimo no futebol antes implantado por Jesus, é inegável a necessidade de ir ao mercado. Depois há Ederson, Marçal, Bilal e Taarabt, um talento a quem o peso retira espaço. Mesmo com o Benfica encolhido, a ambição obriga a um esforço.
Ganhar investindo 25 a 30 milhões por época é mais fácil do que em tempo de poupança. Principalmente se o FCPorto continua a atacar o mercado de forma impressionante e o Sporting voltou a ter uma palavra a dizer. Uma nova realidade para a a estrutura encarnada, que recuperou ao FC Porto a hegemonia no futebol português, conseguindo um bicampeonato há 31 anos desaparecido, mas gastando muito. O equilíbrio entre a razão, a pressão e a ambição é muito complicado.
Texto publicado no Record a 28-07-2015