Um jogo para sofrer muito
Chelsea e Sporting são hoje clubes de patamares diferentes. Os ingleses dos mais ricos do Mundo, capazes de disputarem craques e treinadores com qualquer emblema do Globo, os portugueses a atravessar uma crise financeira que obriga a gestão apertada e a limitar um pouco as ambições nacionais, quanto mais europeias. O jogo desta noite é um confronto de forças desiguais. Mais do que favorito, será uma grande surpresa que José Mourinho não saia vencedor de Alvalade.
Quer dizer que os leões não têm hipótese? Não. Uma das coisas que o futebol mantém de apaixonante é que as surpresas ainda acontecem. Cada vez mais raras a este nível, devido às enormes assimetrias entre as equipas, mas sim, ainda se dão. E o Sporting é, como disse Marco Silva, uma formação em crescendo. A espetacular primeira parte com o FCPorto seria suficiente para colocar em sentido muita gente. Só que o empate caseiro do Chelsea na primeira ronda da Champions fará com que os blues não estejam para brincadeiras. No fundo, só um Sporting enorme poderá sonhar com um resultado positivo. Disse um dia o fundador, “Queremos que o Sporting seja um grande clube, tão grande como os maiores da Europa”. Se há dia em que a frase faria sentido…
Na Ucrânia o FC Porto procura a magia perdida. Os 6-0 ao Borisov parecem um resultado de outros tempos, massacrada que tem sido a equipa pelos empates em Guimarães, Alvalade e no Dragão com o Boavista. A segunda parte no clássico voltou a mostrar que a qualidade está lá. Equilibrar o onze e retirar dele um rendimento equilibrado é o desafio que se coloca a Lopetegui. É preciso não perder a cabeça, entender as críticas, seguir caminho e, claro, ganhar rapidamente. Já hoje, em Lviv, ajudava.
Texto publicado na versão impressa de Record de 30/09/2014
