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Lado B

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Ainda não estão fartos?

8 Agosto, 2014 854 visualizações

Num país em que as elites tanto roubam, onde somos confrontados ano após ano com desfalques, enganos, esquecimentos e quejandos, tudo a somar milhões e milhões pagos por contribuintes a quem nem sequer é perguntado se ali querem aplicar o dinheiro, são poucas as almas que levam a sério a racionalidade quando toca ao futebol. Não que surpreenda, pois dos muitos milhares de milhões perdidos entre BPN e BES não há paradeiro e ninguém vai preso. Mas ainda assim, não deixa de espantar como queremos que se faça nos clubes o que evitamos em casa. Procuramos o bem de quem? Se no orçamento familiar tentamos equilibrar as contas e não compramos aos nossos filhos tudo o que nos pedem porque é preciso pagar o carro e o empréstimo da casa, como pedir a Vieira, Pinto da Costa ou Bruno de Carvalho para gastarem o que têm e o que não têm? É que a torneira um dia vai fechar. Se não secou já.

Claro que há exceções. Adeptos lúcidos que percebem que a sua equipa não pode ser tão forte quanto deseja porque não há dinheiro para mais. Mas serão eles a maioria? Só se forem a silenciosa.

Hoje, mais importante do que pedir reforços no Benfica ou no Sporting, é preciso compreender por que não há dinheiro para mais. Ou por que chegaram os clubes a dívidas tão impressionantes que na gestão corrente se veem todos os anos obrigados a vender para equilibrar as contas. Em Alvalade já se percebeu que o estrondoso falhanço do projeto Roquette e a gestão megalómana de Godinho Lopes levaram o clube à ingovernabilidade. Não fosse a chegada de Bruno de Carvalho e o acordo com a banca a tempo e horas e hoje dificilmente o Sporting seria o grande que todos conhecemos.

Na Luz, mais do que pedir reforços para estancar a sangria, é preciso tentar entender por que é que Vieira se vê obrigado a vender tudo o que mexe. Não é a pedir ao presidente para contratar jogadores que se mostra amor ao clube. É percebendo a política de contratações, o emaranhado de empréstimos obrigacionistas, qual o passivo que está a pesar e as obrigações emergentes de um grupo empresarial com mais de 500 milhões de euros de passivo. O problema não é de hoje. Pode estar é no que se fez ontem.

Mas o FC Porto compra tudo o que mexe. Verdade. Será essa a política correta? Não será mais lúcido o comportamento de Bruno e Vieira? O futuro o dirá. A verdade é que num país a sério, onde o futebol não fosse quase uma religião, os três grandes estavam fechados. E não era só para balanço.