— ler mais..

Da mesma forma que após a derrota na Luz para a Liga era cedo para passar a certidão de óbito ao FC Porto versão 2013/14, hoje é da mais elementar honestidade assinalar a morte de um projeto despor..." /> — ler mais..

Da mesma forma que após a derrota na Luz para a Liga era cedo para passar a certidão de óbito ao FC Porto versão 2013/14, hoje é da mais elementar honestidade assinalar a morte de um projeto despor..." /> E agora que FC Porto? - Lado B - Record

Lado B

Voltar ao blog

E agora que FC Porto?

21 Abril, 2014 887 visualizações

Da mesma forma que após a derrota na Luz para a Liga era cedo para passar a certidão de óbito ao FC Porto versão 2013/14, hoje é da mais elementar honestidade assinalar a morte de um projeto desportivo que não honra as últimas décadas da história desportiva do dragão.

Razões para a queda há muitas. A mais apontada por vários analistas, o envelhecimento de Pinto da Costa e consequente confusão instalada nos corredores da SAD pela sucessão do mais ganhador dos presidentes. Tenho dúvidas sobre a hipótese. Não é a primeira vez que vejo o dragão falhar. Acontece de quando em vez. Espantosa é, sim, a capacidade de regeneração de uma estrutura que ganhou oito campeonatos nos últimos dez anos. É em 2014/15 que se verá se Pinto da Costa ainda tem aquilo que é preciso. Porque o desafio, reconheça-se, é só hercúleo.

O FC Porto tem belos jogadores, é verdade, mas um grupo muito mais desequilibrado do que o Benfica. Pior, tal como o rival da Luz ou o de Alvalade, precisa de vender para equilibrar as perigosas contas da SAD, que aposta em orçamentos altíssimos. Ou seja, como reforçar o atual quadro de atletas vendendo ao mesmo tempo, esse será o ovo de Colombo no Dragão. E não é fácil porque se deixar sair, por exemplo, Jackson e Fernando, o futuro treinador portista, seja ele quem for, tem um duro problema para resolver. Não é que sejam necessários muitos jogadores para dar mais qualidade – e porque não classe… – a este plantel, mas pelo menos um médio defensivo, um médio criativo capaz de entrar de caras no onze e um extremo realmente fora de série, um homem abre-latas como Hulk ou James Rodríguez, são obrigatórios. Mas se Jackson sair, então um ponta-de-lança goleador precisa-se. Sabe-se como o FCPorto tem olho para escolhê-los, mas aqui então é mesmo proibido falhar.

Enfrentar a realidade é também perceber que Herrera poderá ser bom jogador, sim, mas nunca será João Moutinho. E que Diego Reyes terá muitas qualidades e poderá vir a ser craque no futuro, mas hoje está menos preparado para ser titular do FC Porto do que Eric Dier ou Tiago Illori no Sporting a época passada. E investir tanto, tão cedo, em jogadores que não dão rendimento imediato, tem custos no presente, como bem se viu esta época.

Mais complicado ainda, para se ganhar é obrigatório ter um bom treinador, com pulso, estômago, personalidade, enfim. E aqui parece-me sempre melhor olhar para o futuro do que para o passado. Por muito que o espalhanço com Paulo Fonseca gere muitas dúvidas.


TEXTO PUBLICADO NA VERSÃO IMPRESSA DE RECORD A 18-04-2014