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Lado B

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Benfica tem de mudar

12 Abril, 2014 998 visualizações

Após anos e anos de relativo desprezo pela formação, bandeira sempre defendida pelo rival da Segunda Circular, o Benfica é hoje um clube com uma imagem respeitada também nos escalões jovens e com resultados à vista. O paradigma seguido na Luz é algo diferente do que era defendido pelos leões, e mais tarde se verá se esse é o melhor caminho: no Seixal a ideia é juntar à formação a conquista de títulos. Procura-se jogadores talentosos, sim, mas também com um rendimento acima da média para a idade. As conquistas têm aparecido e, após as muitas lideranças somadas em termos nacionais, assiste-se agora à consagração internacional, com a presença na final da Youth League, que vai discutir com a aclamada cantera do Barcelona. Estão de parabéns jovens jogadores e técnicos, mas também presidente, que conseguiu ter visão para apoiar o projeto e fazer do Seixal uma casa de futuros campeões… se forem aproveitados.

É aqui que o Benfica precisa de uma revolução de mentalidades e de fazer, com ou sem Jorge Jesus, o aproveitamento de muitos jogadores de qualidade comprovada. É claro que é mais fácil fazer uma equipa ganhadora gastando, época após época, acima de 30 milhões em reforços. Chegam craques dos mais variados quadrantes. Mas pode o clube da Luz continuar a dar-se a esse luxo? É que hoje muitos dos que por aqui aterram já nem são do Benfica – jovens como Ola John ou Markovic são apenas dois exemplos – e os encarnados acabam por estar a engordar não apenas a sua galinha, mas também a dos vizinhos vistos como amigos da causa.

Todo o trabalho de sapa para roubar protagonismo e qualidade ao Sporting na formação não pode ser desaproveitado por falta de pulso de quem manda ou vontade de quem treina. O Benfica arrisca-se a perder toda uma geração. Não apenas pelo clube mas também pelo país, a aposta tem de ser feita de uma vez por todas. O futuro do futebol português pode estar nas mãos dos encarnados, assim o saibam aproveitar os futuros treinadores e selecionadores. O que é de evitar são gestões como a de André Gomes ou o desperdício em estrangeiros de segunda categoria, que por vezes nem chegam a vestir a camisola da águia. O Benfica tem ouro nas mãos. Resta saber se vai saber usá-lo.

Em Alvalade vivem-se tempos conturbados na formação. O clube que mais apostou nos escalões jovens durante anos e anos cortou a direito numa Academia que tinha certificado de qualidade e nem tudo tem estado a correr bem. Parece que até o paradigma é para mudar. É aguardar para ver no que dá.

 

Texto publicado na versão impressa de Record de 12-04-2014