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ESPANTOSA A CAPACIDADE PARA FERVER EM POUCA ÁGUA A QUE ASSISTIMOS NO FUTEBOL PORTUGUÊS. ESTES TEMPOS PEDEM CABEÇA… Já estávamos habituados à constante troca de galhardetes entre FC_Porto e Be..." /> Moderação precisa-se - Lado B - Record

Lado B

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Moderação precisa-se

26 Setembro, 2012 757 visualizações

ESPANTOSA A CAPACIDADE PARA FERVER EM POUCA ÁGUA A QUE ASSISTIMOS NO FUTEBOL PORTUGUÊS. ESTES TEMPOS PEDEM CABEÇA…

Já estávamos habituados à constante troca de galhardetes entre FC_Porto e Benfica, numa guerra que parece não ter fim. Ela começa na irresponsabilidade de dois presidentes que semeiam ventos e esperam nunca colher tempestades, arrasta-se pelos comentadores de camisola vestida que dizem na televisão tudo aquilo que convém aos seus clubes — uma das razões para o formato já só agradar aos fanáticos – e, claro, alastra-se às bases, cada vez de rastilho mais curto, muito pela triste situação que o país enfrenta.

Assim era completamente desnecessária a guerra surda entre Benfica e Sporting, com os rivais de Lisboa a quererem recuperar os piores tiques de quezílias antigas, cujos dramáticos desfechos ainda hoje se lamentam. A manutenção da paz social num território que enfrenta uma das piores crises da História não é responsabilidade apenas do governo, mas de instituições que se deviam dar ao respeito e não trocar galhardetes como se discussões de fedelhos se tratasse. Emblemas centenários merecem mais.

Custa-me entender como é que pessoas com responsabilidades civis evidentes e que já ocuparam até cargos políticos debitam, semana após semana, um discurso de ódio, cegueira e total compromisso com o poder vigente nos clubes. Por alguma razão, quando aparece alguém fora do baralho e descomprometido, recusando o confronto pelo confronto, é corrido como aconteceu com Júlio Machado Vaz. Estranhos tempos estes, em que a filiação clubística leva a defender o indefensável, seja qual for a cor professada.

Num fim de semana cheio de acontecimentos entende-se a revolta encarnada com a arbitragem de Xistra ou a alegria incontida em Alvalade pela vitória tardia sobre o Gil Vicente. Mas num caso e noutro parece ter faltado também um pouco de cabeça fria para se tirarem ilações do que estava por trás de tanto sofrimento. Nem o Benfica perdeu dois pontos em Coimbra apenas por causa do árbitro, nem o Sporting deveria festejar como se não houvesse amanhã um triunfo normal na liga. É preciso ver para além do óbvio.