Faltaram mais golos…
Num jogo que tinha tudo para ser mau devido ao calendário e à proximidade do arranque das ligas europeias, Portugal deu ontem a imagem de seriedade pretendida pelo selecionador e que o capitão tão bem corporizou. Só faltaram mais golos para que o particular com o Panamá fosse decididamente um tempo bem passado para os cerca de 25 mil que foram ao Estádio do Algarve e os portugueses que se sentaram no sofá para ver na televisão. Com tudo o que fez até agora, a equipa de Bento parece definitivamente apostada em trilhar um novo caminho, esquecendo os enormes erros técnicos e de casting da era-Queiroz e jogando sempre para ganhar, chame-se o rival Espanha ou Panamá.
Se pequenos reparos saltaram à vista no confronto algarvio, prendem-se com a ausência de um ponta-de-lança de classe mundial na formação portuguesa, onde habita o melhor extremo do Mundo e um Nani que continua ambicionar ao cetro. É pena que esta geração não tenha, pelo menos, um Nuno Gomes ou Pauleta para melhorar a relação da Seleção com os golos. Ontem, Nélson Oliveira até fez o gosto ao pé na estreia a titular, mas continua a saber a pouco. E quando entrou Hugo Almeida então, bem, chegou a ser caricata a quantidade de oportunidades perdidas. Tivesse Portugal nas suas fileiras apenas um dos matadores que evoluem nas equipas com quem se bate no ranking, e a dimensão portuguesa passaria da equipa de Ronaldo para algo completamente diferente. Assim, o capitão faz as delícias do Mundo e craques como Nani, Moutinho, Meireles ou Pepe uma equipa de respeito.
Hoje, em Record, Luisão volta a defender-se do episódio de Dusseldorf, colocando todo o ónus da questão no juiz da partida. Continuo a pensar que o central brasileiro não queria fazer aquilo e que terá mesmo ficado surpreendido com os resultados do choque, mas não pedir desculpa em momento algum e continuar a insistir que nem sabe se houve encosto ou não, confesso, já me parece um erro crasso. O Benfica tem quem aconselhe os jogadores nestes momentos. É altura de montar uma estratégia realista.
Texto publicado na versão impressa de Record de 16 de agosto de 2012
