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  Não é só na economia que o liberalismo exacerbado e a desregulação do poder do capital veio subverter a ordem natural das coisas. Vamos hoje habituando-nos a ver políticos eleitos serem meros jog..." /> A subversão da história - Lado B - Record

Lado B

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A subversão da história

20 Julho, 2012 870 visualizações

 

Não é só na economia que o liberalismo exacerbado e a desregulação do poder do capital veio subverter a ordem natural das coisas. Vamos hoje habituando-nos a ver políticos eleitos serem meros joguetes nas mãos de grandes grupos económicos, vergados a obedecer às leis das corporações sem pensar no bem-estar ou justiça dos que deviam ser obrigados a servir, por terem sido eles a dar-lhes o poder através do voto. O futebol vive hoje situação idêntica, que se explica facilmente com o poder exacerbado do dinheiro.
Nos dias que correm os clubes mais importantes deixaram de ser os que têm maiores bases de apoio, mais sócios pagantes ou história honrada. Basta um sheik ou um russo milionário comprar um emblema qualquer para ele começar a competir de igual com os grandes. Assim se explicam os fenómenos Manchester City e Chelsea em Inglaterra, clubes de expressão menor e antes afastados dos títulos, hoje capazes de ganhar. O fenómeno mais recente é o Paris-Saint Germain, agora capaz de ir a Milão pescar as duas mais importantes estrelas da companhia ao maior clube transalpino e dos mais poderosos do Mundo. Esta triste lei da superioridade do vil metal sobre tudo o que era sagrado no futebol fez com que clubes com mais história, mais adeptos, mais tradição ganhadora, acabassem vergados a grupos de jogadores milionários com os quais se torna complicado competir, pois a abundância de talento quase se torna obscena, mesmo quando mal gerida. Disso é um bom exemplo o City de Mancini, finalmente campeão, mas a que custo. Ridículo.
Infelizmente, o dinheiro que entra no futebol não tem o mínimo controlo. Sabe-se que a máfia russa está por detrás de muitos investimentos, seja em fundos de jogadores ou clubes fáceis de identificar, que os diamantes de sangue africanos também compram muita coisa ou que o petróleo de meia dúzia de famílias árabes vai sendo aplicado aqui e ali para satisfazer caprichos que deviam fazer corar de vergonha quem os mantém. Mas isto é pregar no deserto e parece quase tonto falar de um tema destes. É que o dinheiro compra mesmo quase tudo.