Liga tem que se lhe diga
O clássico foi encarado por quase todos como o jogo do título, assumindo-se que quem saísse vencedor da Luz seria o campeão 2011/12. Escrevi na altura que havia ainda vida para lá do jogo do ano, pois além de faltar muita jornada e pontos a perder a Benfica e FC Porto, entrava nesta equação uma incógnita que nenhum dos dois grandes rivais controla: o Sp. Braga de Leonardo Jardim. É sempre interessante ter razão e dragões e guerreiros mostraram como a Liga vai ao rubro, cheia de espinhos que se atravessam no caminho quando menos se espera. Com o empate de ontem no Dragão, o Benfica pode hoje reaproximar-se do líder e tudo continua em aberto. Para isso, contudo, tem de levar muito a sério o adversário que tem pela frente. O Paços de Ferreira com Calisto ganhou nova vida e a capital do móvel voltou a ser temível. Só um jogo que demonstre enorme vontade de ser campeão garantirá aos homens de Jesus o triunfo e consequente reentrada na corrida pelo título.
Outro fantasma que cai por terra e muito defendido pelos arautos da vontade encarnada, o de que o FC Porto estava destinado a ser campeão pois controla a arbitragem. Infelizmente para os que gostam de transparência no desporto, a verdade é que Pedro Proença no clássico não prejudicou apenas o Benfica com o golo decisivo. Houve outros lances que ficaram por ajuizar em que a equipa portista tem legítimas razões de queixa. Mas se dúvidas tivessem ficado sobre o tal poder azul sobre o outro Vítor Pereira, o juiz do FC Porto-Académica encarregou-se de mostrar que se há aí quem queira levar os dragões ao colo, não é o seu caso. Já se viu marcar penáltis por muito menos do que aconteceu no lance em que o Hulk leva, ironicamente, o quinto amarelo que o afasta da próxima jornada. Para não falar do fora-de-jogo em que o brasileiro seguia isolado para a baliza. Quem quiser ser campeão, seja Benfica, FC Porto ou Sp. Braga, vai ter de ganhar. Seja contra 10, 11 ou mesmo 12.
