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Sei que vivemos numa época em que as únicas palavras que parecem importantes são produtividade, competência ou resultados e que coisas como solidariedade, ética ou responsabilidade soam quase estra..." /> Não, obrigado! - Lado B - Record

Lado B

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Não, obrigado!

31 Outubro, 2011 923 visualizações

Sei que vivemos numa época em que as únicas palavras que parecem importantes são produtividade, competência ou resultados e que coisas como solidariedade, ética ou responsabilidade soam quase estranhas, em alguns círculos diria mesmo arqueológicas. Mas ao ler que há quem pense que Paulo Bento ainda devia chamar Ricardo Carvalho pergunto-me, confesso, que valores são os que nos norteiam hoje.

Carvalho abandonou a Seleção Nacional em pleno estágio de preparação para um jogo oficial. Fê-lo não por ter sido maltratado por alguém, não por ter tido qualquer conflito com selecionador, companheiro ou dirigente, mas porque percebeu que poderia não ser titular. Ou seja, um profissional de futebol, pago a peso de ouro – e como ele está caro nos dias que correm – deixou de trabalhar de forma voluntária apenas porque não lhe agradou uma escolha de um seu, digamos, superior hierárquico.

Passemos então este episódio para qualquer outro sector de atividade. Construção civil, pescas ou trabalho administrativo. Escolha o leitor. Apliquemos aqui as mesmas leis, vontades, deveres e garantias. Pode alguém voltar a confiar em quem age assim? Pior, pode alguém que oriente um grupo de homens dar a imagem de que o suor que vertem dia-a-dia, pago a peso de ouro ou a tostões, de nada vale e que uma prima-dona é mais importante do que um grupo?

Posso estar errado. E até ser mal-educado. Não foi isso que me ensinaram. Para triunfar não vale tudo. Acredito que devemos assumir os nossos erros. E de saber pagar por eles. Chamar agora Carvalho, mais do que um erro ou perdão extemporâneo, seria um insulto ao país. Ao mesmo país que Ricardo Carvalho tanto prejudicou quando Pepe e Fábio Coentrão se lesionaram. Aprendi com uma pessoa com quem trabalho uma lei de ouro: os que contam são os que puxam a carroça.