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Lado B

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Não será melhor agir?

8 Agosto, 2011 928 visualizações

OS JOVENS PORTUGUESES TÊM CADA VEZ O CAMINHO MAIS TAPADO. A SELEÇÃO VAI PAGAR BEM CARO. E NÃO SÓ.

O Benfica fez na Turquia o primeiro jogo da história completo sem um português no onze titular. Nada a recriminar ao clube da Luz, nem ao seu treinador. Se entendem não ser necessário ter jogadores nacionais na equipa, esse é um direito legítimo que lhes assiste. O problema é que esta tendência tem vindo a agravar-se nos últimos anos e se olharmos às equipas principais dos três grandes e ao panorama em toda a Primeira Liga, rapidamente percebemos que estamos perante um problema maior e cuja gravidade será tão maior quanto demorem a reagir as instituições com poder para alterar o estado de coisas.

Se olharmos para a política de contratações do Sporting esta temporada e para o campo de recrutamento hoje habitualmente utilizado pelo FC Porto, rapidamente percebemos que estes dois antigos bastiões de jogadores portugueses correm, também eles, o risco de verem os seus onzes invadidos por estrangeiros. Tal como o Benfica, com toda a legitimidade para o fazer, mas criando um problema ainda maior ao futebol português em termos de Seleção.

Hoje, basta olhar às convocatórias de Rui Jorge nos Sub-21 para perceber que os jovens cá do burgo estão com muitas dificuldades para se afirmar na Primeira Liga e, pior do que isso, com entrada praticamente vedada nos grandes clubes nacionais.

Quem pode mudar o atual estado de coisas? A Federação Portuguesa de Futebol, claro. Infelizmente, essa parece uma instituição moribunda e parada no tempo, em que Paulo Bento insuflou algum ar na equipa principal após os graves estragos infligidos pela era Carlos Queiroz, mas onde Gilberto Madaíl há muito que não passa de um gestor distante e incapaz de promover uma mudança de comportamentos e leis necessária à regeneração de calendários, campeonatos e regulamentos capaz de alterar para melhor o que vai mal. É óbvio que este problema devia tirar o sono a quem ocupa a cadeira mais importante da FPF, mas a verdade é que raramente ouvimos o presidente falar sobre isto.

Seja quem for que ganhe as próximas eleições, em que FC_Porto, Benfica e Sporting estão ativamente empenhados, temo que não pelas melhores razões, espero que se interesse pelo tema e possa garantir maior espaço ao jogador português. É preciso legislar sobre o tema e limitar o número de estrangeiros nos escalões jovens. Não pensar em proibir, atenção. Travar no entanto uma invasão muitas vezes de qualidade duvidosa e atacar depois o escalão principal, onde é necessário garantir mais espaço ao produto nacional.

Fazê-lo será não só defender o futuro do futebol português e das seleções, mas também útil para os clubes, pois a formação de jogadores nacionais de qualidade será sempre um negócio interessante para os grandes clubes. Sporting e FC_Porto sabem-no bem, pois nas suas contas existem muitos milhões ganhos com jogadores nados e criados nas suas escolas, mas com um trabalho sério e estruturado também o Benfica chegará lá um dia. Veja-se o caso de miúdos como Nélson Oliveira. Será pior do que Kardec ou Weldon? Não, claro que não. Não dará, é verdade, azo a transações empresariais e ao fluxo de dinheiros hoje tão importante no futebol. Mas não será tempo de parar para pensar e agir quanto antes?