Campeão em banho-maria
A saída tardia de Villas-Boas para o Chelsea após juras e juras de amor eterno deixaram um osso duro de roer a Pinto da Costa e Antero Henrique, os homens que mandam no futebol portista. Resolvido que está o problema técnico – com uma aposta de risco, mas em que se investe pouco dinheiro e se acredita que a estrutura pode dar cobertura à menor chama mediática do novo treinador –, segue-se agora a formação do plantel, onde não se investe nem se vende a sério enquanto não se confirmarem as vendas ou permanências de três pedras-chave: João Moutinho, Falcão e Hulk. E este é hoje o maior problema dos líderes da SAD azul e branca. É que o tempo passa e quanto mais tarde Chelsea ou qualquer outro tubarão europeu resgate um destes craques, mais difícil será tratar da sua substituição, pois são três valores quase impossíveis de trocar com mais-valia. Ou seja, o problema de Pinto da Costa e Antero alastra-se até ao balneário, onde Vítor Pereira trabalha com homens que lhe garantem poder lutar pelos títulos nacionais em vantagem, mas que ainda podem fugir para outras paragens.
O futuro portista será tão mais facilmente risonho quanto o FC_Porto consiga segurar os jogadores nucleares. Se o treinador puder contar com os homens que ganharam os títulos a Villas-Boas há francas hipóteses de novos sucessos. Se Pereira for obrigado a fazer tudo de novo, com a pressão que a época anterior lhe trará para cima dos ombros, são mais sérias as chances de despiste, à imagem do sucedido após a saída de Mourinho.
Pinto da Costa terá aprendido com o adeus do Special One e Antero Henrique, o mais elogiado dos diretores desportivos nacionais, tem a responsabilidade de conseguir uma transição ganhadora. Afinal, se a voz do povo diz que qualquer treinador se arrisca a ser campeão no Dragão, esta é a hora de ambos provarem novamente a sua maestria. Benfica e Sporting têm também a palavra.