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Jorge Jesus, uma entrevista completamente esclarecedora

6 Setembro, 2015 1032 visualizações

Uma boa entrevista depende muito do entrevistado mas está também na mão dos entrevistadores.

No caso da longa entrevista que hoje o Record publica, conduzida pelos meus colegas José Ribeiro e Alexandre Carvalho, aconteceu a perfect storm, ou seja, o entrevistado abriu o livro e as perguntas que deviam ser feitas foram devidamente lançadas, com conhecimento profundo dos assuntos.

O resultado final – se calhar não me fica muito bem dizer isto pois sou da casa… – está hoje disponível por apenas um euro. E depois digam que não há pechinchas…

Jorge Jesus sempre me habituou a ser o que mostra ser nesta entrevista: um treinador que pensa pela sua cabeça, que tem as suas ideias perfeitamente definidas e que por elas se bate, e hoje mais do que nunca é um homem que não precisa do resto do mundo para se afirmar.

Conheci-o em Felgueiras – até levei um raspanete quando ele me apanhou no balneário…-, acompanhei mais de perto o seu percurso no V. Guimarães – Pimenta Machado chegou a dizer-me que foi o melhor treinador que passou por lá – e fiz o mesmo no Sp. Braga – o clube onde JJ conquistou a Intertoto e conseguiu uma evolução mesmo sobre o magnífico trabalho feito antes por Jesualdo Ferreira.

JJ é um homem do futebol, respira futebol, sabe fazer equipas e, sobretudo, jogadores. Vive hoje a sua idade de ouro, completamente estabilizado financeiramente, com títulos conquistados e um currículo que fala por si.

O que ele diz nesta entrevista ao Record é simplesmente o que se espera que JJ diga. O Benfica não o quis e ele tratou da sua vida. O Sporting sempre foi um clube sentimentalmente atraente e que surgiu na altura certa. O que lá vai, lá vai. Mas o mais me impressionou na entrevista foi precisamente a última caixinha, na qual Jesus fala de uma baliza grande em Alvalade, aquela que está sob a influência máxima da Juve Leo e das outras claques. “Naquele baliza temos sempre de fazer golos”, disse JJ aos meus colegas o que já terá repetido muitas vezes aos seus jogadores.

Esta é uma das artes de JJ: não só tirar o máximo partido das qualidades técnicas e físicas dos jogadores mas também administrar-lhes o tal doping psicológico que muitas vezes faz a diferença dentro das quatro linhas. Num passado que já parece distante, ém futebolês isto dava pelo nome de TÓNICO.

Aconteça o que acontecer, JJ já foi a escolha certa de Bruno de Carvalho e do Sporting!