Os jogos do Mr. Bean
De quatro em quatro anos, ficamos todos à espera do que nos pode oferecer a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos.
Como estive em Barcelona em 1992 felizmente já nada espero.
O que nos deu Londres à custa de 40 milhões de euros? O Mr. Bean a fazer gracinhas, a colina dos Teletubbies, o McCartney em vez do Tony Carreira, o Bekham a andar de lancha e a rainha a atirar-se de helicóptero.
Tentou-se contar a história da Inglaterra a partir da Revolução Industrial, esqueceram-se as duas grandes guerras (não dava jeito pois a Alemanha hoje é o que se sabe), as Malvinas não desfilaram mas a Síria sim e Cavaco Silva foi assaltado enquanto saudava a delegação portuguesa.
Isabel, a raínha, estava sorumbática (o que se entende, pois aconteceu o que já se contou) e não terá percebido muito bem a que propósito se fez uma homenagem ao sistema de saúde britânico, uma coisa do tipo Portugal homenagear os beneficiários do RSI no caso de ter a organização dos Jogos Olímpicos.
Depois, foi o desfile previsto da pop music britânica e a heresia final de não chamarem o Kevin Costner de collans para de arco e flecha acender a pira olímpica.
E depois, caramba, o melhor britânico do último milénio ficou de fora. Devia ter sido ele a organizar a festa.
Não digam nada. O homem formou-se em Cambridge.