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Não me parece relevante, nesta altura, estar a discutir se Fernando, médio defensivo do FC Porto, tem ou não tem valor para jogar na Selecção Nacional. Ainda assim, e para que não subsistam dúvid..." /> — ler mais..

Não me parece relevante, nesta altura, estar a discutir se Fernando, médio defensivo do FC Porto, tem ou não tem valor para jogar na Selecção Nacional. Ainda assim, e para que não subsistam dúvid..." /> Olhos de ver - Record

Olhos de ver

Obrigado Fernando… mas não!

31 Outubro, 2013 0

Não me parece relevante, nesta altura, estar a discutir se Fernando, médio defensivo do FC Porto, tem ou não tem valor para jogar na Selecção Nacional. Ainda assim, e para que não subsistam dúvidas que muitos aproveitam logo para fazer leituras clubísticas, penso que sim, que tem de facto qualidade para, com regularidade, fazer parte dos eleitos de Paulo Bento. A questão essencial – pelo menos para mim – é que Fernando, apesar de preencher os requisitos para ter dupla nacionalidade, é brasileiro. E logo só deveria ser elegível para representar o país onde nasceu, o mesmo dos seus pais.

Eu sei que, sempre que este tema vem para praça pública, logo se levantam umas vozes a clamar que se determinada pessoa pode ser considerada portuguesa para uns efeitos, logo também deve ser para outros. Entendo a ideia, mas a coisa não se passa bem assim. E, claro, não fui eu quem legislou. Por exemplo, antes de Fernando se sentir “um pouco português”, já Deco, Pepe e Liedson – seguramente uns mais do que outros… – tiveram a mesma sensação. E, embora já nessa altura eu fosse contra o facto de poderem jogar por Portugal, a verdade é que todos eles foram (são) internacionais. Mas, se a lei lhes permitiu isso, tentem lá saber se os cidadãos em causa podem ser, caso se interessassem por isso, candidatos a Presidente da República?

Nada tenho contra as pessoas que trabalham num país que não o seu. E acho que faz todo o sentido que, depois de determinado número de anos, possam ter direito – desde que o desejem – a contar como os nacionais para determinadas situações. No entanto, por princípio, não concordo que possam entrar para as Forças Armadas, que defendem as cores nacionais em qualquer selecção ou que possam ser eleitos para certos cargos políticos (exceptuo os de âmbito local).

Admitindo que muitas pessoas não concordam com a minha ideia sobre o assunto, quero aproveitar para realçar o que já firmei em casos anteriores: só entendo como portugueses elegíveis para as mais diversas selecções quem nasceu em Portugal, é filho/neto de portugueses ou contraiu matrimónio com um português.

Em suma, penso que Portugal deve agradecer a disponibilidade de Fernando, mas não dar mais passos no sentido de transformar as selecções num mero grupo de pessoas, das mais diversas origens. Se hoje em dia já não temos total autonomia política, gostava que o meu país não passasse também a ser algo estranho… para os portugueses.

PS – Escusam de perder tempo a questionar-me sobre os casos de Eusébio, Coluna e tantos outros. Embora muita gente, nomeadamente entre os mais novos, se esqueça ou ignore o facto, quando os futebolistas atrás citados jogavam pela Selecção… Moçambique (e não só) eram parte de Portugal. Logo… eram portugueses de pleno direito, como hoje, por exemplo, são os naturais da Madeira ou dos Açores. 

O palhaço Blatter

29 Outubro, 2013 0

O presidente da FIFA tem todo o direito, como qualquer outra pessoa, de gostar do futebolista A ou B e não do C ou D. E isso é válido para uma análise meramente técnica, como igualmente para uma avaliação de carácter. Consigo compreender inclusive que, em privado, junto dos seus amigos – alguns provavelmente também já com a cabeça a acusar alguma perda em relação aos melhores anos – o suíço faça algumas piadas de mau gosto sobre fulano ou cicrano. Quem nunca o fez?

Mas, quando Joseph Blatter, num qualquer acto público na qualidade de líder da entidade que gere os destinos do futebol internacional, se decide a elogiar alguém (nesta caso Messi) e aproveita para ridicularizar outra pessoa (neste caso Cristiano Ronaldo)… o caso muda de figura. Este economista helvético, que também já nos tinha mostrado dotes de “cozinheiro” quando ajudou a “cozinhar”estranhos contratos de direitos de transmissões televisivas ou se lembrou de oferecer a organização de Mundiais à Rússia e Qatar de forma bastante duvidosa para não dizer obscura, mostou agora a sua queda para as artes circenses, nomeadamente para a palhaçada. Só que enquanto os palhaços profissionais fazem as delícias de milhões de crianças e adultos por esse mundo fora, este dá-nos pena. Como dão todas as pessoas que, infelizmente, aos 77 anos, já não têm noção das suas acções.

Acho bem que a Federação Portuguesa de Futebol, o Real Madrid e o próprio Cristiano Ronaldo tenham vindo a público lamentar esta triste exibição de um velho tonto, mas com a mania de esperto. Todavia, não creio que um caso destes se resolva com um qualquer pedido de desculpa mais ou menos esfarrapado. Este sujeito devia, quanto antes, deixar de ser presidente da FIFA. Quem fez o que ele fez, daquela forma, rindo-se como um pateta, não sabe qual o comportamento que tem de ter enquanto figura pública com tantas responsabilidades. E, por isso, por revelar total inaptadão para o desempenho do cargo, deviar ceder o lugar a outro. E dessa forma, livre de compromissos, quem sabe se não encontraria algum lar nos Alpes disposto a acolhê-lo como animador…

Para que não fiquem dúvidas: este post não foi feito porque Ronaldo é português. Não alinho nessas questões. Aliás, considerando o capitão da Selecção Nacional uma máquina de jogar futebol, tal como Blatter também gosto mais do estilo de Messi. Dentro e fora do campo…

PS – Ronaldo esteve muito bem na resposta a Blatter, optando pela táctica da luva branca. No entanto, mentiria se não dissesse que gostava que, à primeira oportunidade, o português o deixasse de mão estendida…

Portugal (e Ronaldo) não pode falhar

21 Outubro, 2013 0

 

Evitámos a França – o que deve ter feito respirar de alívio os adeptos dos dois países, mas também a FIFA, a UEFA, o Comité Organizador, as grandes marcas desportivas, os agentes das principais estrelas das duas selecções, as cadeias de televisão que possuem os direitos da prova, etc, etc – mas não escapámos à Suécia, em teoria o segundo opositor mais complicado entre os quatro que nos podiam calhar no sorteio para o “playoff” de acesso ao Mundial do Brasil. Por outras palavras: o caminho para estar na mais importante competição do futebol internacional continua complicado, mas afastar os “vikings” e seguir em frente deve ser encarado como algo perfeitamente normal.

Ter pela frente uma equipa que conta com Ibrahimovic (que deve ter noção de que, com 32 anos, esta pode ser a sua última aparição numa fase final) não é agradável. E saber que a formação nórdica foi capaz, durante a fase de grupos, de marcar 7 golos à toda-poderosa Alemanha também provoca alguma preocupação. Mas, nem isso, nem o facto de historicamente contarmos com um registo negativo perante esta nação, deve fazer com que percamos a confiança em relação à obtenção de um bom resultado.

Portugal é melhor que a Suécia. Isso é um ponto assente, independentemente de olharmos para a defesa ou para o ataque. E se resolvermos isolar a questão apenas entre as duas estrelas, também é seguro dizer que Ronaldo é melhor que Ibrahimovic. O problema é que tais constatações – feitas sem qualquer patriotismo exacerbado – não são suficientes para transformar os suecos numa equipa qualquer. Em condições normais não são tão fortes quanto os portugueses… mas são perigosos; da mesma forma que Ibrahimovic não é tão talentoso, veloz ou goleador quanto Ronaldo… mas é igualmente notável.

A Selecção Nacional, conforme o próprio Ibrahimovic se apressou a confirmar logo após o sorteio, é favorita para o terceiro “mata mata” consecutivo em que se vê envolvida. Contudo, para evitar surpresas, a formação de Paulo Bento tem de jogar mais e melhor do que fez durante praticamente toda a fase de grupos. Para ser sincero estou mais preocupado com aquilo que Portugal possa exibir nos dois jogos; com as opções disponíveis daqui a um mês ou com a estratégia a delinear pelo seleccionador do que propriamente com os suecos.

Apesar dos justificados receios, acredito que Portugal vai mesmo estar no Brasil. A Selecção não costuma falhar nos momentos de maior exigência e, por estranho que possa parecer, até se dá melhor a jogar com opositores de nível médio ou superior do que quando tem de medir forças com nações de segunda e terceira linha. Mas, caso aconteça algo de negativo com a Suécia, então a eliminação até poderá ser simpática. É que se fomos incapazes de ganhar uma partida a Israel, empatámos em casa com a sofrível Irlanda do Norte, perdemos na Rússia e não lograrmos ultrapassar a Suécia… é capaz de ser bom não estar no Brasil junto dos melhores, das selecções com reais aspirações no Campeonato do Mundo.