Lado B

ÉPOCA POSITIVA PARA OS LADOS DA LUZ. E ESTE FIM-DE-SEMANA PODE TER DECIDIDO O CAMPEÃO. JESUS SÓ TEM DE GERIR BEM

Num fim-de-semana em que a arbitragem muito pode ter ajudado a decidir quem será o próximo campeão, uma coisa salta à vista: o Benfica está a trabalhar bem. A equipa sabe reagir à adversidade e dar à volta a um resultado desfavorável, a SAD vai resolvendo os problemas que aparecem e Vieira ainda oferece a Jorge Jesus alguns mimos, tentando garantir todas as condições para o técnico ser campeão. Juntando a isso o inegável peso que o clube da Luz tem sabido vir a recuperar no futebol português, estão explicadas as vitórias.

Pelo contrário, no Dragão, alguns erros têm prejudicado a temporada. O mercado de inverno é disso sintomático. Chegaram Janko e Lucho quando provavelmente os reforços deviam ter aterrado mais cedo. Partem Belluschi e Guarín, jogadores que dispensam apresentações e de quem o atual treinador nunca conseguiu retirar os melhores dividendos. O problema é que a pequena revolução sucede com o dragão já a 5 pontos da águia e tendo deixado de depender de si próprio para ser campeão. Nem parece o FC Porto, diga-se.

Yannick é jogador do Benfica. Imbróglio jurídico em perspectiva. O Sporting deverá recorrer a tribunais e FIFA para resolver a questão. Na Luz entendem que está livre, em Alvalade o contrário. Terão os juízes a palavra. Certo é que os leões não têm no sindicato um amigo. São já muitas as negociatas de Paulo Barbosa que passaram por ali. Evangelista foi um pouco longe de mais. Diz defender o jogador, mas parecia dirigente do clube encarnado. Uma coisa é certa, o jogador tem direito ao trabalho. Seja onde for.

A atuação de Bruno Paixão em Barcelos tem todas as condições para justificar o famoso grito: “Chamem a polícia”. Não coloco em causa a honestidade do árbitro, mas acredito que os portistas se sintam roubados. E custa perceber como é o homem internacional. É que em Campo Maior também foi ele. E no Bessa, com o Sporting, no título axadrezado. Muita coincidência. Honesto pode ser, competente não.

Estranha ligação da PJ ao caso Éder. Espero que seja invenção academista. Os jogadores ainda não são escravos e têm toda a liberdade para decidir o seu futuro.

O Record vai oferecer um divertido e simples jogo sobre futebol. Concebido para entreter toda a família e amigos, este jogo de tabuleiro combina sorte com estratégia e cultura geral futebolística. O jogo é totalmente grátis com a compra do jornal, de terça-feira a sábado, e a primeira de 32 entregas estará nas bancas já amanhã, dia 31 de janeiro.

O jogo não esquece nenhuma incidência típica de um jogo de futebol real, e inclui faltas, cartões, foras de jogo, penáltis, cantos e, claro, golos. É um jogo com perguntas que valem pontos, questões divididas em cinco categorias – futebol nacional, futebol internacional, geografia, estatísticas e regras. O “Masters do Futebol” pode ser jogado até 6 jogadores ou igual número de equipas, e o objectivo é atingir o mais depressa possível a casa 90 do tabuleiro e marcar golo.

O “Master do Futebol” é composto por 1 tabuleiro, 1 dado, 6 marcadores, 2 cartões amarelos, 2 cartões vermelhos e 124 cartas. Cada uma das cartas contém 3 perguntas, num total de 372. As perguntas têm um variável nível de dificuldade, do mais fácil (nível 1) ao mais difícil (nível 6), existindo ainda 1 carta com grau de dificuldade máximo, contendo 3 perguntas de nível 6. No mínimo, cada jogador tem de responder a 2 perguntas por carta, sendo a terceira questão opcional.

A cada resposta correcta equivalem os pontos indicados na carta, e por cada resposta errada o jogador perde os pontos equivalentes (de 1 a 6). No final de cada jogada, o jogador avança ou recua no tabuleiro consoante os mesmos pontos conquistados ou perdidos. O cartão amarelo equivale à perda de 3 pontos, o vermelho à perda de 6 pontos, recuando esses pontos no tabuleiro. Vence quem tiver marcado mais golos.

A quem preferir oferece-se ainda a possibilidade de substituir os pontos das cartas por pontos dos dados. Jogue, desfrute e teste a sua sabedoria futebolística.

Hoje é dia de jogo do líder Benfica e há nova romaria, desta vez à Feira, onde estarão colocados os holofotes do país que gosta de bola. Dizer que a equipa de Jesus enfrenta mais um teste, é de La Palice. Agora todos os duelos são cruciais. E se o clássico do início de março entre águias e dragões é já apontado por muitos como o jogo do título, a verdade é que valerá 3 pontos, os mesmos que logo à noite estão em disputa. Um Benfica campeão, desejo de todos os que pelo encarnado sofrem, tem de ganhar hoje. O resto é música. Boa e má.

Yannick pode estar a horas de assinar pelo Benfica, faltando perceber qual o papel do Sporting no meio de tudo isto. Entendo Vieira e Jesus. O ex-leão é uma opção interessante para qualquer clube estando livre e a má imagem deixada na última época em Alvalade não deve toldar a vista de quem para ele olha. O veloz avançado foi mal aproveitado nos últimos tempos, demasiado colado à linha e longe do golo. Não é aí que rende mais, como provou durante anos com Paulo Bento. Jesus poderá fazê-lo voltar à vida.

Estranha placidez portista no mercado de inverno. Salta à vista que falta no plantel de Vítor Pereira um ponta-de-lança digno desse nome. Não que Kléber não mereça a designação, mas com a saída de Walter existe clara lacuna a precisar de acerto. Ter Hulk no meio ou procurar algo ainda mais estapafúrdio é dificultar a vida do treinador que, pese todas as críticas, está na luta pela conquista da Liga e lamentará, mesmo que não publicamente, a ausência de uma solução para um problema que está à vista. Yannick teria sido uma solução barata.

Rinaudo está de volta aos relvados, ainda não para jogar, mas já a trabalhar com companheiros e equipa técnica. Calculo que Domingos suspire cada vez que se cruza com o médio argentino, tal a hecatombe que se abateu sobre ele após a malfadada lesão. Não serve, claro, para desculpar tudo o que de mau aconteceu em Alvalade durante a ausência de Fito. Mas tal como aconteceu com Izmailov no reinado de Bento e consequentes ocupantes do cargo, há jogadores que deixam marcas. E quando não estão, tudo se desmorona.

Vivida não como ópio do povo mas como escape para as malfeitorias que nos são feitas, gosto muito de bola

Num País em que os cidadãos vão sendo cada vez mais tratados como números e em que ninguém parece fazer falta, a não ser que tenha uma cara conhecida que dê direito a uma nomeação milionária, por muito criticado que seja o futebol – ópio do povo para meia dúzia de intelectuais tontinhos que não entendem que se pode gostar de bola e mesmo assim ter meia dúzia de neurónios –, ele acaba por ser um escape legítimo. Das raras actividades em que Portugal está perto do pelotão da frente, quem sabe porque aqui ainda se paga bem.

Quando jogado dentro das regras, vivido com conta peso e medida e dirigido por quem dele gosta, o futebol é um desporto-espectáculo como não há mais no Mundo. Claro que também aqui se cruzam os limites, de adeptos a dirigentes, passando por jogadores e treinadores. Nada mais normal. Sendo qualquer actividade um espelho da sociedade em que se insere, aplicado o cliché ao universo da redondinha, mesmo assim a coisa podia estar pior. Claro que há corrupção. Violência. Batota. Mas também há sorte e azar. E talento, muito talento. Há de tudo um pouco, como qualquer coisa que envolve humanos. Mas casos como o de Carlos Martins, por exemplo, mostram-nos uma face solidária, agregadora de vontades, capaz de mover montanhas. Este espírito especial vive-se também em coisas tão simples e habituais como o confronto entre o pequeno e o grande. No futebol o sonho americano ainda é permitido. A expressão tomba-gigantes é por isso usada com orgulho, como um elogio merecido a quem fez das fraquezas forças para ser alguém. Permite a sociedade portuguesa muitas sensações semelhantes na vida real? Poderá um jovem a sair para o mercado de trabalho acreditar em algo assim, mesmo que vote na cor errada ou não seja filho de alguém?

É bom falar de futebol. Hoje o Benfica defende a liderança frente ao Gil Vicente. Jesus promete espectáculo e parece que já estão vendidos mais de 50 mil bilhetes. Se não fosse tão caro recomendava-lhe um pulo ao Estádio da Luz. Se não puder, olhe tente uma imperial no café da esquina, peça uns tremoços e divirta-se. É o melhor que levamos desta vida. E ela passa num instantinho.

Bojinov errou e prejudicou a equipa. O pior que os responsáveis do Sporting poderiam ter feito era fechar os olhos a uma atitude que deixou os adeptos à beira de um ataque de nervos. Bem a SAD ao instaurar o processo disciplinar ao búlgaro. Há maleitas que têm de ser atacadas cedo para que não se transformem em doenças graves. Veja-se o que aconteceu a Peseiro, a quem os jogadores já respondiam com palavrões em direto e nada acontecia. Daí ao descalabro em termos disciplinares foi um instante. Domingos tem mais retaguarda.

Mas o problema do Sporting não é só a indisciplina do búlgaro. Bojinov errou mas não cometeu crime lesa-pátria. Tem de expiar os pecados mas a ser mandado embora, que seja por ausência de rendimento desportivo e não porque quis marcar um penálti. Pior é que a equipa não carbura e a crise se instalou sem que se perceba bem porquê. Somado ao recente descalabro comunicacional, que tem colocado Domingos e o presidente a dizer coisas diferentes mais do que uma vez, estão reunidas as condições para o despiste. É hora de tocar a reunir, colocar a cabeça no lugar e focar todos – de jogadores a treinador e dirigentes – no que é realmente importante: ganhar jogos. Atacar jornais percebe-se como nota de rodapé. Todos temos ódios de estimação. Não pode é ser justificação nem ocupação primária da inteligência leonina quando a equipa resvala a resultados preocupantes.

Mas não é só em Alvalade que sucedem casos estranhos. O de Enzo Pérez na Luz também custa a engolir. Não se percebe o que passou pela cabeça do argentino e terá motivado tão estranho comportamento. Também Ruben Amorim foi encostado e, como Bojinov, está a contas com um processo disciplinar e impedido de frequentar as instalações. Confesso que tinha a melhor das ideias do internacional português a quem reconhecia mais neurónios do que à maioria. Aguardam-se explicações a viva voz para perceber inteiramente o que se passou. Uma coisa é certa. Vieira não contemporiza. Mão pesada com Enzo e Amorim vai pelo mesmo caminho. O Benfica tem a casa arrumada. Com Carraça o Presidente tem o balneário em rédea curta.

Leio e penso: Sim, vale a pena lutar. Sim, foi feita justiça. Mas há também uma prova, o crime compensa.

Comunicado de imprensa

Ao fim de seis anos, depois de ter oferecido 200 mil euros ao vereador José Sá Fernandes, através do seu irmão Ricardo Sá Fernandes, para que o vereador mudasse de posição e apoiasse o nefasto negócio dos terrenos do Parque Mayer / Entrecampos e o afirmasse publicamente, e depois de muitas vicissitudes jurídicas, o sr. Domingos Névoa foi hoje condenado pelo Supremo Tribunal de Justiça a 5 meses de prisão pela prática do crime de corrupção, pena que fica suspensa desde que, e se, pagar aos cofres do Estado exactamente a mesma quantia pela qual tentou corromper o vereador: 200 mil euros.

Afinal vale a pena lutar contra a corrupção e denunciá-la. Finalmente houve justiça.

Tenho tentado não falar do que se passa em Portugal em termos políticos e sociais neste blog. Apesar de ser um espaço em que é permitido falar de tudo um pouco, tenho tido a preocupação de não vos maçar com a minha opinião sobre assuntos não desportivos, com excepção para sugestões musicais e quejandos. Serve esta pequena missiva apenas para avisar que é provável que isto venha a mudar. Talvez assustado com o rumo que leva o País, ou apenas por estar farto de ser comido por parvo por comentadores “independentes” como Marques Mendes ou Marcelo Rebelo de Sousa, ou simplesmente por considerar que nunca havia observado tanta falta de respeito pelos portugueses num governo curiosamente democraticamente eleito.

Os The Cure vão ser cabeças de cartaz dos maiores festivais europeus e entre eles, como não podia deixar de ser, está o Optimus Alive'12. A banda britânica actua no Palco Optimus, dia 14 de Julho.

Após a aclamada actuação em 2011 no Bestival e do espectáculo “Reflections” no Royal Albert Hall, os The Cure – Robert Smith (Voz e Guitarra), Simon Gallup (Baixo), Jason Cooper (Bateria) e Roger O'Donnell (Teclado) – vão tocar um alinhamento que ultrapassa as duas horas e onde vão estar incluídas músicas de todos os 14 álbuns de estúdio, incluindo canções do épico “Wish”, que comemora este ano o 20º aniversário.

Artistas Confirmados: Caribou, Florence + The Machine, Justice, Mazzy Star, Metronomy, Radiohead, Snow Patrol, The Cure e The Stone Roses.