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Terminou mais um Mundial e com a vitória da equipa mais forte. A Alemanha foi um justo vencedor e digo isto apesar de não ser, historicamente, adepto da Mannschaft. Para mim foi um fim triste pois ..." /> — ler mais..

Terminou mais um Mundial e com a vitória da equipa mais forte. A Alemanha foi um justo vencedor e digo isto apesar de não ser, historicamente, adepto da Mannschaft. Para mim foi um fim triste pois ..." /> Honores liga - Record

Honores liga

O que fica do Mundial

14 Julho, 2014 0

Terminou mais um Mundial e com a vitória da equipa mais forte. A Alemanha foi um justo vencedor e digo isto apesar de não ser, historicamente, adepto da Mannschaft. Para mim foi um fim triste pois as minhas cores perderam a final, mais uma vez. No entanto, desta vez a derrota alvi-celeste não me custou tanto como em 1990, talvez porque agora os alemães mostraram mais futebol durante a prova ou simplesmente por estar hoje mais maduro e aceitar melhor a justiça dos resultados, quando ela existe. Os campeões fizeram uma boa prova e, se não fossem eles, só Holanda, Argentina ou Colômbia mereciam vencer.

Assistimos ao fim da melhor geração espanhola e ao nascimento da que, muito provavelmente, dominará o mundo nos próximos anos. Isto apesar de outras equipas também terem deixado bons indicadores para os próximos anos, como a França ou a Colômbia.

Além da vitória alemã, ficam deste Mundial outros aspetos, como o equilíbrio cada vez maior entre as seleções. O futebol chegou a um ponto no qual não há muito mais para inventar e com os jogadores a trabalharem quase todos da mesma forma, encurtam-se distâncias, como o provam as campanhas de Colômbia, Costa Rica, México e Chile. Dificilmente uma destas seleções vencerá um Mundial, só se tiverem uma geração excecional, mas são “países do futebol” e estão cada vez mais perto dos grandes.

Fica também a prova de que é preciso bons treinadores para chegar longe, embora isso não seja obrigatório pois Sabella, apesar de se adaptar às condicionantes da prova, falha redondamente nas substituições. Percebemos também que a teimosia não leva a lado nenhum, como se viu no caso português – quando oiço o selecionador falar em gratidão em relação aos convocados, está tudo dito. Ainda sobre a teimosia, não querendo limpar a minha desilusão com a campanha portuguesa, percebo que ainda podia ser pior quando vejo o caso brasileiro.

A seleção com mais obrigação de vencer – pela história, pelo espaço de recrutamento de craques, por jogar em casa, etc – foi o maior fiasco deste Mundial. Scolari é a prova viva de que podemos enganar meio mundo durante todo o tempo ou todo o mundo durante algum tempo mas é impossível enganar todo o mundo o tempo inteiro. Não me lembro de um Brasil tão fraco e se chegou à meia-final é fácil perceber como, basta analisar friamente os jogos – o golo anulado à Colômbia, e até a forma como foi pouco divulgado, são o maior exemplo. O que me chateia é o facto de todos falarmos do Mundial de 2002 como aquele no qual a equipa da casa (Coreia do Sul) foi empurrada até à meia-final, mas desta vez esse pormenor parecer não contar, pois quem está em causa é o grande Brasil.

Para fechar, fica também a disparatada eleição de Messi como melhor jogador do Mundial, quando só Robben, James ou Müller (isto porque Neuer é guarda-redes) podiam ganhar. Pelo menos desta vez a culpa não foi dos jornalistas porque já não são eles a votar – situação que acontecia antes da final e proporcionava aberrações como a de Zidane ser o Melhor do Mundial 2006 e depois ser expulso na final. Desta vez a responsabilidade da FIFA, por isso não me surpreende a asneira.

O Mundial 2014 será para sempre o do 7-1 da Alemanha ao Brasil, algo que, espero, traga os brasileiros de volta à terra. Nunca percebi o facto de odiarem os argentinos por os considerarem superiores e arrogantes mas em relação ao futebol se colocarem eternamente como senhores do Mundo. Talvez a partir de agora se tornem mais comedidos.

Todos os Mundiais me deixam memórias e este também será assim. Vou lembrar-me sempre dos golaços de James, Cahill e Van Persie; das exibições de Ochoa; de como um super-jogador pode estragar a estratégia da sua seleção (Suarez) e da festa argentina, da paixão que ninguém consegue demonstrar como eles. Mesmo sem o título no final, nunca mais me vou esquecer disto.