“Cores e pores-do-sol”, disse o designer Peter Dundas sobre o desfile da Pucci, enquanto se encontrava nos bastidores na companhia de Naomi Campbell e outras modelos bombshell com vestidos tie-dye multicoloridos. E se a cor e o drama não fossem suficientes, havia também colares pesados com bolhas prateadas a complementar o look hippie-de-luxe.
Ou talvez a última palavra do desfile fosse o próprio Dundas, com os seus caracóis louros desalinhados, fazendo a sua vénia de agradecimento vestindo uma T-shirt de Bob Dylan.
A era hippie exerceu uma forte influência na temporada para o verão de 2015 em Milão. Mas se quiser o melhor do original refeito, Pucci é o nome quente da moda. O crochet feito pela avozinha em viagem nunca pareceu tão sofisticado. Dundas até deu graça àquelas cores feiosas em tons de castanho e laranja da década de 1970 num casaco estruturado cor de tangerina e numas calças em camurça cor de laranja escuro.
O desfile iniciou-se com vestidos tipicamente flower child, com pequenas flores bordadas nos corpos e nos ombros. Quando o tie-dye começou a aparecer em vestidos de chiffon, teria sido difícil travar este renascimento radical. Mas a diferença entre o estilo Pucci e muitos outros esforços é a técnica do trabalho artesanal, que faz os vestidos de festa parecerem arte.
Abundam boatos sobre a saída de Dundas da Pucci. Seria uma grande perda para a marca porque um pouco de irreverência pode abanar uma marca de legado, forçando-o a abandonar a sua zona de conforto e contribuindo para criar nova música ambiente.