Suzy Menkes faz a cobertura de Altaroma, uma nova plataforma para designers emergentes.
Padrões jubilantes em silhuetas controladas, embelezamentos alegres e formas desportivas. O Beat of Africa ressoou na passarela no evento Altaroma desta semana.
Desde que a designer de ascendência meio italiana e meio haitiana ganhou o prémio Who Is on Next em 2011 – sendo subsequentemente escolhida por Giorgio Armani para mostrar as suas peças nas instalações da Armani em Milão – Stella Jean tornou-se uma porta-estandarte de África na moda.
A sua coleção Stella Jean foi um modelo de exuberância e contenção. O meu coração acendeu-se ao ver os seus padrões vivos e quadriculados gráficos, controlados por conjuntos de corte estreito – para ambos os sexos.
Um par de calças justas, com a cintura bem alta, podia ser combinado com um casaco leve – talvez com um padrão de folhas verdes explodindo nas costas.
O mérito é todo de Stella Jean. Ela levou a sua linha em frente seguindo um estilo italiano contemporâneo, utilizando tecidos do Burkina Faso e explorando o Quénia, o Mali e o Haiti.
“A diversidade é riqueza”, disse Stella Jean, exprimindo o seu entusiasmo em introduzir padrões e embelezamentos africanos na Ásia.
O Beat of Africa é um movimento da International Trade Centre’s Ethical Fashion Initiative em colaboração com a Altaroma. O International Trade Centre é uma agência conjunta das Nações Unidas e da Organização Mundial do Comércio.
Lisa Folawiyo, da Nigéria, foi a convidada especial deste ano e abriu o desfile com uma mistura poderosa de padrões, cores e texturas: uma blusa com padrão de folhagem verde relva, metamorfoseando-se num pinafore azul-turquesa e cor de rosa e numa saia com pregas cor de rosa. (Acrescente-se uma clutch colorida a esta sofisticada receita de moda.) Estas roupas pareceram-me saídas de África – mas para todo o mundo vestir.
Omoyemi Akerele, a força criativa e diretiva por detrás da Semana da Moda e do Design de Lagos, sublinhou a importância de ter uma plataforma em Roma para os designers africanos.
Duaba Serwa por Nelly Aboagye e Mina Evans-Anfom também mostraram belas colecções com uma mistura inteligente de cores e padrões exuberantes e formas contidas.
Simone Cipriani, a força por detrás do projeto Beat of Africa recebeu imensos aplausos – mas escolheu concentrar-se no futuro.
Ele falou em instalar uma fábrica no Gana, dedicada ao trabalho dos designers, e na importância de encontrar patronos e plataformas para os talentos africanos.
“E agora, para 2015, temos de abordar a questão da Internet”, disse Cipriani. “Temos muitos parceiros de tijolo e betão. Agora temos de começar a vender online.”