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Suzy Menkes
international vogue editor

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Por baixo das explosões do fogo-de-artifício, mais luminosa do que uma Lua cheia, uma noiva balouçava sobre as ondas num pequeno barco.

As ondas aéreas transmitiam o êxito da década de 1950 Mambo Italiano, tocado com intensidade, enquanto convidados glamourosamente vestidos ao estilo de Capri dançavam na costa rochosa.

Bem-vindos ao sul de Itália! Num requintado evento de moda, Dolce & Gabbana captou o espírito do Mediterrâneo num furor de saias rodadas, cinturas minúsculas, padrões ousados, joias intrincadas, pelo luxuriante e fatos de banho de duas peças. (O sensual equipamento de praia foi, com frequência, um acompanhante sensual do pelo.)

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Quando Domenico Dolce e Stefano Gabbana caminharam pela “passarela” à beira mar, aguardando que as modelos, nas suas saias cheias, voltassem a subir a encosta, o público, composto principalmente por clientes de alta costura, abafava o som da música dom aplausos.

A intimidade deste evento excecional organizado numa enseada secreta ao largo da Ilha Italiana fez com que fosse o mais raro dos eventos: uma zona livre de paparazzi.

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O desfile começou com grand opera – um pano de fundo adequado para um projeto importante do duo de designers. Eles têm levado as suas colecções privadas pela Itália fora, desde a Sicília, onde Domenico tem as sus raízes, a Veneza e agora Capri.

“Isto é sobre a beleza de Itália – de facto, nós não temos Alta Moda aqui – quisemos fazer algo pelo nosso país”, disse um emocionado Stefano enquanto examinava a colecção num camarim improvisado com vista para as águas calmas.

Viram-se pormenores como bordados florais em relevo, sandálias com aglomerados de flores, uma coroa dourada que poderia ter sido um tesouro napolitano e um vestido com a pintura artesanal naïve de um mapa da costa de Amalfi.

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O evento foi alegre e divertido, com um glamour casual que, segundo Domenico, não se via desde a época de Liz Taylor, a princesa Soraia do Irão, a duquesa de Windsor e Jackie Kennedy no apogeu do chique de Capri.

 

Com o tema da década de 1950 Volare como acompanhamento inevitável, o desfile pareceu extravagante – e íntimo.

Após uma temporada de alta costura parisiense onde poucas coleções pareceram dedicadas às suas clientes, houve uma comoção pós-desfile na villa rústica da encosta, onde se podiam fazer encomendas imediatas.

A originalidade da coleção ficou a dever-se à sua multi-sazonalidade, à semelhança das suas clientes globais, que tanto poderia vestir-se para o inverno russo como para a excêntrica Ásia.

“Foi uma belíssima experiência – a forma como as modelos, vindas da água, chegaram em barcos enquanto o sol se punha, as roupas maravilhosas, a mistura de bordados com casacos ou vestidos simples”, disse Georgina Brandolini, que assistiu ao desfile na companhia das suas duas filhas, Bianca e Coco.

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O desfile começou com um remoinho de saias rodadas, leves e longas, com riscas de marinheiro ou motivos florais, com bodies de corte curto emoldurando peitos decorados com jóias. A primeira peça de roupa de praia exótica surgiu sob a forma da peça quente desta estação: calções. Eram bonitos e decorativos, vestidos sob o murmúrio de um casaco comprido.

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Ainda mais sensual era a beach babe com um casaco de peluche com botas até ao joelho a condizer.

As peças de inverno práticas incluíam fatos torneantes em tweed, casacos malhados de lince, vestidos pretos clássicos de uma dupla cuja fantasia se encontra enraizada em formas conscientes do corpo.

Para o pino do verão havia roupas de dia de aspeto genuíno: um top de riscas horizontais com uma saia rodada, um vestido em renda rosa e outro com uma flor.

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Dolce & Gabbana destilou os seus códigos de moda para produzir a essência de Itália. Por mais belo que fosse o cenário, teria sido fácil cair num pastiche do estilo italiano do período do pós-guerra.

Em vez disso, os designers fizeram a alta costura parecer revelante para os dias de hoje – e ainda mais devido a toda aquela privacidade. (Stefano e Domenico pediram que não fossem publicadas imagens no Instagram ou comentários no Twitter durante o desfile.)

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Marie-Chantal da Grécia falou por três gerações – a sua, a da sua filha Olympia e a da sua mãe Chantal Miller – quando disse: “Foi belo e mágico – um desfile de inverno nas rochas de Capri, muito surreal, com peles e jóias e riscas de marinheiro. E depois massa!”

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Vogue International Editor Suzy Menkes is the best-known fashion journalist in the world. After 25 years commenting on fashion for the International Herald Tribune (rebranded recently as The International New York Times), Suzy Menkes now writes exclusively for Vogue online, covering fashion worldwide.

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