O equilíbrio entre Raf Simons e o legado de Christian Dior.
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“Nunca pensei ver a Maria Antonieta como um astronauta do século XX!” – Raf Simons
Charlize Theron, num vestido sem costas prateado, acompanhada pelo seu parceiro Sean Penn, avançou bastidores adentro no desfile de Dior na segunda-feira, para dar os parabéns a Raf Simons, que deve ter recebido tantos beijos quantas orquídeas brancas como a neve havia dentro da tenda.
Foi um momento “Aleluia!” para a elegante audiência que assistia ao desfile e para Bernard Arnault, presidente da LVMH Moët Hennessy. Isto porque, após dois anos à frente da Dior, Simons conseguiu finalmente atingir o tom perfeito – com uma medida suficiente da sua própria estética pessoal equilibrada com o legado de Christian Dior.
As roupas eram excecionais no seu alcance histórico e extremamente leves. Atrás dos vestidos da abertura, com as saias abrindo-se num balão suave a partir das ancas, seguiu-se um vislumbre de Maria Antonieta. Corpetes da Belle Époque atualizados como mini-saias, decorados com pontos delicados.
Noutro registo, houve casacos de estilo naval alongados a varrerem o chão e casaquinhos de cortesã cobertos de bordados. Ambos foram mostrados em conjunto com calças e sweaters descontraídas.
O famoso casaco “Bar” de Dior, a mais icónica das referências, foi atualizado com uma gola suave e redonda.
O desfile até contou com macacões de astronauta que lhe deram um ambiente de era especial. No entanto, à semelhança do eyeliner prateado que marcou presença em todos os looks, as referências ao espaço sideral foram leves.
Todas as peças desta coleção, dividida em oito partes, era utilizáveis, desejáveis e exibiam as inefáveis habilidades dos ateliers Dior. As “petites mains” aplicaram decorações em tecidos como jacquard ou criaram pregas, conferindo um tom de leve e modernidade às roupas.
“Nunca pensei ver uma história do século XVIII – a Maria Antonieta como um astronauta de 2000!”, disse Raf Simons. “Mas para mim esta coleção não é uma só. São oito passagens diferentes com uma linguagem estética.”
Tradução: as roupas dirigiam-se a uma mulher moderna que, um dia pode querer usar um vestido largo e confortável ao estilo dos designs dos anos 1920, e noutro um daqueles casacos em pelo perfeitos até aos pés.
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