— ler mais..

  Aquando do sorteio da fase de qualificação para o Mundial do Brasil poucos foram os portugueses que não olharam para o nome dos adversários com um sorriso nos lábios. Confesso que também fiz pa..." /> — ler mais..

  Aquando do sorteio da fase de qualificação para o Mundial do Brasil poucos foram os portugueses que não olharam para o nome dos adversários com um sorriso nos lábios. Confesso que também fiz pa..." /> Mundial continua distante - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

Voltar ao blog

Mundial continua distante

28 Março, 2013 688 visualizações

 

Aquando do sorteio da fase de qualificação para o Mundial do Brasil poucos foram os portugueses que não olharam para o nome dos adversários com um sorriso nos lábios. Confesso que também fiz parte desse lote. A Rússia era a única nação que parecia capaz de nos causar embaraços mas, mesmo nesse caso – tendo em conta as outras opções – a “escolha” tinha sido bastante simpática.

Mas, como tantas vezes recorda a sabedoria popular, há que desconfiar quando deparamos com tantas facilidades teóricas. Ainda por cima, historicamente a Selecção sempre teve uma queda muito peculiar para complicar quando é favorita.

Nunca imaginei que, a meio da fase de qualificação, perante um Azerbaijão que, claro, jamais esteve presente em Europeus ou Mundiais, Portugal estivesse a jogar “finais”. Mas foi isso mesmo que se passou em Baku, depois de antes termos conseguido perder na Rússia, empatar em casa com a Irlanda do Norte e não ir além de uma igualdade em Israel. E já nem refiro as dificuldades para ganhar no Luxemburgo…

Portugal ainda está a tempo de chegar ao Brasil. E se não parece nada do outro mundo vencer as quatro partidas que restam na fase de qualificação – de modo a assegurar não só o segundo lugar, como também garantir a vaga no “playoff” (o pior segundo não terá uma oportunidade adicional de apuramento) – mais complicado, com toda a certeza, será o “mata-mata”. Mas isso, a confirmar-se, é assunto lá mais para a frente.

A vitória no Azerbaijão serviu para acalmar os ânimos, é verdade, mas convém realçar que, efectivamente, as coisas não andam bem na Selecção. Há jogadores em evidente quebra de forma (começam a sentir-se dificuldades em renovar o grupo, muito por culpa da aposta desmedida dos principais emblemas nacionais em atletas estrangeiros, desvalorizando os futebolistas locais e/ou da formação), falta de intensidade durante largos períodos, um fio de jogo com algumas lacunas, deslizes defensivos que já se pensavam eliminados e até uma aparente saturação para disputar jogos que não trazem glória. Em suma, a equipa está longe do rendimento habitual, sendo que as declarações do seleccionador antes da triste passagem por Israel – considerando que a partida não era decisiva – também não ajudaram a passar uma mensagem de exigência.

Mas, repito, ainda há tempo para acertar o passo. Porém, para que isso se torne realidade, é necessário manter a concentração, acabar com os discursos pouco moralizadores e, já agora, jogar sempre a sério, como se todos os compromissos fizessem parte de uma fase final final e imaginando que do lado contrário estão sempre equipas de topo.

PS – Cristiano Ronaldo foi elogiado por, apesar de impedido de participar no jogo, ter feito questão de acompanhar a Selecção ao Azerbaijão. Foram justas essas palavras, pois esse é o comportamento que se espera de um capitão empenhado em empurrar a equipa para o sucesso. Mas, ao mesmo tempo, convém não esquecer o que esteve na origem do impedimento do futebolista do Real Madrid: um cartão amarelo infantil em Israel que, em caso da bolada ter acertado no árbitro, até podia ter outra cor. Os resultados adversos, as muitas faltas sofridas ao longo de uma partida e os eventuais deslizes do juiz não o devem desviar do foco. Se Ronaldo foi importante ao estar no Azerbaijão, teria sido sempre mais importante se lá estivesse para ajudar dentro do campo.

PS 1 – Se Paulo Bento não esteve bem na forma algo relaxada como lançou o jogo com Israeal, brilhou nos dois momentos em que respondeu “à letra” às tradicionais tiradas irónicas de Pinto da Costa. O presidente do FC Porto pode e deve defender os interesses do seu clube, mas para isso não necessita de sistematicamente “picar” os outros. Como insiste em fazê-lo, é normal (e positivo) que, de tempos em tempos, apareça alguém com coragem para o afrontar. Ainda assim, o mais importante deste “bate boca” foi ficar a saber-se que o líder dos dragões está preocupado com as exibições e os resultados da Selecção Nacional. Consta que nem sempre foi assim…