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O surpreendente desaire do FC Porto, em casa, diante do Nacional, em partida referente à Taça da Liga, teve o condão de fazer animar os adeptos dos principais rivais, bem como de proporciona..." /> A derrota do FC Porto e a Taça da Liga - Olhos de ver - Record

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A derrota do FC Porto e a Taça da Liga

3 Janeiro, 2011 423 visualizações

O surpreendente desaire do FC Porto, em casa, diante do Nacional, em partida referente à Taça da Liga, teve o condão de fazer animar os adeptos dos principais rivais, bem como de proporcionar uma “descida à terra” a André Villas-Boas e não só. No entanto, ao contrário do que muitos se aprestaram a defender, não me parece que a supremacia dos portistas no Campeonato Nacional esteja em causa devido a este deslize. Não só porque estamos a falar de provas completamente distintas, mas também porque, na Liga, os dragões possuem considerável vantagem.

De resto, e sem pretender colocar em causa o mérito do Nacional que, já se sabe, tem uma certa queda para bater os azuis e brancos fora, convém recordar que a derrota do FC Porto também se entende melhor face às alterações feitas na equipa titular. Elementos como Kieszek, Sereno, Emídio Rafael ou James Rodríguez não têm feito parte das principais opções do treinador e, a avaliar pelo que sucedeu na noite de domingo, é normal que continuem nessa situação.

O FC Porto, a exemplo de outros emblemas, sempre olhou de lado para a Taça da Liga. É óbvio que não joga para a perder, mas não se aplica em demasia para a ganhar. Coincidência ou não, os dois últimos embates do clube nesta prova foram derrotas e sempre com os guarda-redes (habituais suplentes) a ajudarem os adversários. A época passada, na final, foi Nuno a permitir um golo absurdo de Ruben Amorim que lançou o Benfica para um sucesso indiscutível, agora foi o polaco (que um dia alguém explicará porque razão, mesmo não jogando no Sporting de Braga, foi contratado para ser o terceiro guardião dos portistas) a largar uma bola fácil para que Anselmo, como de costume, mostrasse ser um verdadeiro desmacha-prazeres no Dragão.

A Taça da Liga, para o FC Porto e não só, está condenada a ser uma prova menor. E creio que nunca o deixará de ser enquanto não premiar devidamente o seu vencedor. Entendo que a Liga tenha lançado a competição para, em primeira análise, reforçar a sua imagem junto da opinião pública, mas só isso não basta. Nem isso, nem oferecer uns euros (que fazem sempre falta ou não estivessem os cofres dos clubes nacionais sistematicamente em crise) a quem triunfa. A prova só poderá merecer maior atenção dos clubes quando, em vez ou para além do dinheiro, valer uma presença nas competições europeias da época seguinte, como sucede, por exemplo, em Inglaterra. Enquanto isso não acontecer, será sempre vista como algo sem muito interesse mas que é de participação obrigatória, o que equivale a dizer que será um espaço natural para suplentes e, consequentemente, para espectáculos com pouco ou nenhum interesse, com escassas assistências “in loco” e audiências televisivas reduzidas. Preocupados com os respectivos campeonatos (seja por causa do título, do apuramento para a Europa ou tendo em conta apenas a luta pela permanência – no que diz respeito aos clubes da Primeira Divisão – ou da subida ou manutenção – no que se refere a quem compete no escalão secundário) ou com os compromissos internacionais, raro é o clube que olha a sério para esta prova.

Manuel Machado, no fim-de-semana, criticou forte e feio a forma de disputa da Taça da Liga e, em traços gerais, o técnico do Vitória de Guimarães está coberto de razão. A prova foi mal estruturada (recordam-se, por exemplo, da polémica das idades entre Portimonense e Académica para saber, em igualdade pontual, quem seguia em frente?) não coloca todos os participantes em pé de igualdade (beneficiar determinados emblemas por causa do desempenho da época anterior não faz sentido quando, face às descidas e subidas, os clubes não são todos os mesmos), não possibilita igual número de jogos em casa e fora para quem marca presença nas fases de grupo e, de forma evidente, tende a empurrar os grandes para os lugares cimeiros. Se fosse eu a patrocinar ou a organizar a prova, também desejaria ver os emblemas mais mediáticos a discutir o triunfo final, mas isso sendo compreensível do ponto de vista teórico não devia fazer com que os regulamentos fossem moldados à medida de determinados fregueses.