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Fiquei surpreendido quando o Sporting contratou Costinha para chefiar o seu futebol profissional. Afinal de contas, e pese pouco antes ter assumido um sportinguismo desconhecido do grande público, ..." /> A estrutura leonina - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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A estrutura leonina

26 Dezembro, 2010 617 visualizações

Fiquei surpreendido quando o Sporting contratou Costinha para chefiar o seu futebol profissional. Afinal de contas, e pese pouco antes ter assumido um sportinguismo desconhecido do grande público, tratava-se de alguém sem passado no clube e, pior, sem qualquer tipo de experiência no cargo. Num emblema necessitado de resultados e sem dinheiro para gastar à vontade, parecia-me uma aposta bastante arriscada. Não me enganei. Meses volvidos, o antigo internacional só tem sido notícia pelas razões erradas, sejam elas a tentativa de implementação de regras de conduta pouco claras, a “guerra” com Izmailov ou a recente ameaça a Sousa Cintra, por exemplo. Por outras palavras, temos vindo a confirmar que esta não era a escolha certa. Num outro clube, com mais serenidade, tempo e euros, talvez pudesse desempenhar um papel positivo, mas neste Sporting… não.

Face aos resultados insatisfatórios da equipa de futebol – com excepção à presença na Liga Europa -, acreditava, já há algumas semanas, que o clube de Alvalade tinha de fazer alguma coisa. Parecia óbvio que a cabeça de alguém tinha de rolar. Só não fazia ideia se seria a de Paulo Sérgio, Costinha ou até de José Eduardo Bettencourt. Com a contestação entre os sócios e adeptos a ser cada vez mais visível, todos os cenários eram possíveis. E, de facto, houve mesmo mudança na estrutura. Todavia, para surpresa minha (e provavelmente de muitos), a alteração não ditou, pelo menos para já, a saída de ninguém. José Couceiro, aparentemente, foi preencher um espaço em aberto.

Pois… é precisamente essa definição oficial que me faz confusão. Em primeiro lugar, e por mais esclarecimentos em sentido contrário, porque Costinha perdeu, efectivamente, importância na estrutura. Posso até acreditar que, no futuro, poderá trabalhar em perfeita sintonia com alguém que, no FC Porto, foi seu treinador. Não duvido disso. A questão é que, até à data, Costinha era o “manda-chuva” do futebol leonino e só tinha de reportar ao presidente. Agora, quem tratará dos assuntos directamente com o líder será Couceiro. Tal significa, resumidamente, que Costinha deixou de ter acesso oficial a Bettencourt. Todas as suas ideias, sugestões ou preocupações deverão passar, em primeira instância, pelo seu responsável directo. No meu “dicionário” isso representa uma nítida perda de influência.

Segundo foi dito na apresentação de Couceiro, a sua entrada visa também libertar Bettencourt para outras tarefas. Mas, pergunto eu, quais tarefas? O presidente tem de ser o responsável máximo em todos os dossiers e o futebol, não é novidade para ninguém, é só o mais importante, o vital, ainda por cima num clube que, em comparação com o que sucedia há duas ou três décadas, tem menos atletas, menos equipas, menos instalações desportivas e menor adesão popular. Sendo assim, Bettencourt devia concentradíssimo na equipa de futebol. E convém recordar que estamos a falar de um líder que “exigiu” ser profissional para aceitar o cargo, que recebe bem para dirigir os destinos do clube. No entanto, parece que precisa de mais gente à sua volta para o auxiliar. E, claro, pessoas contratadas, pagas de forma considerável. Duvido muito que seja a trilhar este caminho que o Sporting consiga endireitar-se nos tempos mais próximos…