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Acho muito bem que Costinha queira o melhor para o Sporting. E considero igualmente positivo que, ao contrário do que muitos pensavam (face ao seu súbito desaparecimento de cena nos últimos tempos..." /> Ministro com tiques de Rei - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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Ministro com tiques de Rei

2 Outubro, 2010 874 visualizações

Acho muito bem que Costinha queira o melhor para o Sporting. E considero igualmente positivo que, ao contrário do que muitos pensavam (face ao seu súbito desaparecimento de cena nos últimos tempos, fase em que a equipa começou a coleccionar resultados menos satisfatórios), o director do futebol não esteja “de férias”. Pelo que percebemos agora, Costinha estava apenas mais recatado, na sombra, a preparar uma série de medidas que, em seu entender, serão determinantes para recolocar a equipa no trilho certo.

Mas, segundo Record descobriu, que decisões tão importantes saíram da cabeça de Costinha? Pois bem, basicamente, o que parecia estar a impedir o Sporting de ser mais equipa e, consequentemente, de ganhar mais jogos eram coisas simples de anular: a leitura de jornais desportivos, a visualização de programas televisivos sobre futebol, as regulares brincadeiras com o roupeiro Paulinho, as conversas (via telemóvel) com jornalistas e, muito provavelmente, o mais importante de tudo, os passeios dos futebolistas nas imediações do gabinete do próprio Costinha na Academia. 

Sinceramente, tenho dificuldades em definir este tipo de medidas. Pretender ter um grupo forte e coeso, focado em apenas jogar o melhor possível, é o desejo de todas as equipas, de todas as modalidades, em todos os países do Mundo. Contudo, optar por colocar em prática este conjunto de decisões é… um absurdo. Bom, mais que ridículo, isto revela tiques muito perigosos, nada condizentes com um Ministro (a não ser que seja representante de um partido único), mas sim com um Rei.

Costinha teve uma carreira longa (e de sucesso) no futebol internacional. Tenho a certeza que aprendeu muito nas mais diversas paragens, mas gostava de saber onde é que somou mais vitórias por ter deixado de ler jornais desportivos? Ou em que país é que a sua (ou outra) equipa passou a ser melhor pelo simples facto dos jogadores terem deixado de brincar com os Paulinhos deste mundo?

Quando vi a forma pouco discreta como Costinha entrou ao serviço do seu (fazendo fé nas suas próprias palavras) clube, cheguei a comentar com amigos que tanta exposição mediática iria acabar mal para o seu lado. Agora, depois de saber este pacote de medidas contra a crise, tenho a certeza que Costinha, mais tarde ou mais cedo, será dos primeiros a sofrer as consequência dos seus actos. É que estas ideias não agradam a ninguém que goste de ser independente, de pensar pela sua cabeça. E aqui tanto estou a pensar nos jogadores, como nos sócios, aqueles que, repetidas vezes, já se manifestaram contra o rumo que o emblema, nos últimos tempos, escolheu.

Um clube que precisa cada vez mais dos seus sócios e adeptos (pela força que isso dá, mas também pela grave situação financeira em que se encontra) não devia tolerar este tipo de comportamentos nada democráticos e tendentes a afastar o cariz popular de uma casa centenária. Preservar os futebolistas é uma coisa, mas tratá-los como um bando de tontos que devem apenas e só pensar com os pés é um caminho muito perigoso. Ainda por cima quando estas decisões partem de alguém que, só muito dificilmente, passa despercebido, seja pelos carros em que se desloca, seja pelas indumentárias que gosta de exibir. Mas, enfim, este também é o clube que, recentemente, declarou guerra às insolentes calças de ganga!

Ser director desportivo de uma equipa de futebol não é a mesma coisa que ser modelo, socialite ou outra coisa qualquer. A Costinha compete encontrar jogadores de qualidade (de preferência sem gastar muito dinheiro) e dotar o treinador das melhores armas para que a equipa ganhe jogos. O resto, sejam os discursos com muito estilo e pouco conteúdo ou estas medidas sem nexo, é perfeitamente desnecessário.