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Quando logo após a chamada “chicotada psicológica” se vê uma equipa de futebol vencer, surgem sempre alguns “entendidos” a tentar explicar que foi o dedo do novo responsável que esteve na origem do..." /> O dedo de Costinha - Olhos de ver - Record

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O dedo de Costinha

27 Março, 2010 556 visualizações

Quando logo após a chamada “chicotada psicológica” se vê uma equipa de futebol vencer, surgem sempre alguns “entendidos” a tentar explicar que foi o dedo do novo responsável que esteve na origem do sucesso. E em determinadas situações, tal leitura corresponde mesmo à verdade. No entanto, na maioria dos casos, isso não tem qualquer fundamento. Se não foi o novo treinador quem escolheu o plantel, delineou a pré-temporada ou elaborou os esquemas defensivos e ofensivos com que os atletas têm trabalhado ao longo da época, dificilmente a sua acção pode ser assim tão determinante de um dia para o outro. Umas semanas mais tarde, naturalmente, já poderemos discutir o que trouxe ao grupo, mas em cima da troca… cheira-me a conversa da treta.

Se não acredito em treinadores milagreiros, menos ainda em dirigentes capazes de, em meia dúzia de dias, serem devidamente aceites no balneário, “mexer” com a cabeça de um conjunto de quase 30 pessoas e conseguir transformar um colectivo adormecido numa máquina competitiva.

Vem tudo isto a propósito das duas estranhas ondas de euforia que, esta temporada, se viveram em Alvalade com a chegada dos dirigentes Sá Pinto e Costinha. Em primeiro lugar, tenho de dizer que, tal como sucede com os treinadores, também ninguém tem o condão de ser bom director-desportivo só pelo facto de ter sido um futebolista acima da média. É verdade que isso pode acontecer, mas é errado pensar-se que é um dado adquirido. E para que não restem dúvidas, relembro que, por razões diferentes, torci aqui o nariz às duas “contratações” de Bettencourt para lidar de perto com o plantel leonino.

Sá Pinto, confesso, saiu de cena bem mais depressa do que eu imaginava, embora em conflito como sempre calculei. Quanto a Costinha, admito também, foi célere a esquecer-se da promessa de blindar o balneário, o que não significa que não tenha tido razão em “apertar” Izmailov (desde a primeira hora se percebeu que o caso tinha várias mentiras e continuo a achar que nem todas foram ainda desmascaradas).

Mas, verdadeiramente esquisito foi ler e ouvir opiniões que defendiam, cada um a seu tempo, que as boas sequências de vitórias que a equipa de Carlos Carvalhal conseguiu esta época tinham o dedo de Sá Pinto ou Costinha. Não concordo nada com isso, nem que o dedo em causa seja o mindinho! Curiosamente, esses analistas não vislumbraram também os dedos milagrosos quando, após evidentes demonstrações de falta de capacidade para lidar da melhor maneira com os casos surgidos, os dois ex-futebolistas se viram envolvidos em episódios que mexeram com a confiança (já de si escassa) do grupo.

Não me parece que Costinha seja o único ou sequer o principal responsável pelos dois recentes resultados negativos do Sporting (empate caseiro com o Atlético de Madrid e consequente eliminação da Liga Europa e derrota no Funchal, perante o Marítimo) mas, sem dúvida, notou-se o seu dedo. Se calhar, bem mais nestes jogos que aquando a série de desfechos positivos que coincidiram com a sua entrada no clube.