Entre o orgulho e o esterco
Adeptos de Benfica e Sporting têm razões para estar orgulhosos com os campeonatos realizados pelas suas equipas. Águias e leões são futebolisticamente merecedores dos maiores elogios e seja qual for o resultado final de uma caminhada tão longa, quem ficar para trás, depois de passada a natural tristeza, que saiba bater palmas aos heróis que falharam por um fio.
O clássico do Dragão trouxe a quinta vitória ao Sporting em seis jogos grandes realizados esta época. Também isso levou Jorge Jesus a dizer que já não há dúvidas sobre quem é a melhor equipa. Percebo o que quer dizer e concordo se falarmos apenas em termos estéticos e qualitativos. Os leões foram superiores ao Benfica em nota artística. Tiveram momentos brilhantes e perderam apenas um dos quatro encontros entre ambos. Mas isso não é tudo. Os encarnados tiveram uma desvantagem de sete pontos e souberam acreditar sempre. E pé ante pé chegar à liderança através de uma vitória em Alvalade. Que ninguém tire mérito a isto. Foi só… fantástico.
Infelizmente as máquinas de propaganda de Benfica e Sporting teimam em sujar diariamente o trabalho rival. O esterco lançado contra a ventoinha é tanto que não se percebe bem onde começa o delírio e acaba o mérito de jogadores e treinadores, que parecem não fazer nada fim de semana após fim de semana, pois as vitórias são dos árbitros, das malas, dos poupados e comprados. É tudo tão baixo e mesquinho.
Uma coisa é certa: ou as máquinas de propaganda servem para salvar a pele do presidente que perder, ou a acreditar nelas o futebol português está tão sujo que uma megaoperação policial tarda em levar esta gente daqui para fora. Vergonha não têm e teimam em conspurcar tudo o que mexe. Não contem comigo. Prefiro Vitória e Jesus a todas as horas do dia. Ganhem ou percam.
Texto publicado em Record Premium e na versão impressa a 2 de maio de 2016
