Uma noite feliz para o Benfica
O Benfica teve uma noite muito feliz. Bateu o rival Sporting pela primeira vez na Luz desde que Jorge Jesus trocou de clube, segurou a liderança, aumentou a vantagem sobre os leões para cinco pontos e saiu do ambiente de desconfiança que começava a rodear a equipa após as duas derrotas consecutivas. Rui Vitória, o homem que já na época passada bateu JJ ao sprint e lhe ganhou o título, somou o segundo triunfo sobre o grande ‘inimigo’. Saboroso, de certeza.
Os encarnados não foram a equipa que jogou melhor. Curiosamente, não dominaram até nenhuma das estatísticas do jogo. Mas a verdade é que na única que conta para vencer jogos, aí sim, o Benfica foi superior: golos. Fez lembrar algumas equipas de Mourinho. Incapacidade para dominar o jogo frente a rivais com mais futebol, a aposta clara nas transições, sendo o erro do adversário mais importante do que a construção. E aí Rafa foi vital. Cada um luta com as armas que quer. Pode discutir-se a beleza, mas não a justiça.
O Sporting andou sempre atrás do jogo. Sofreu o primeiro golo após o lance polémico com Pizzi, o segundo depois de Bas Dost atirar ao poste e na 2.ª parte, quando encostou o Benfica às cordas, falhou demasiadas oportunidades. E se o árbitro pode ser discutido, a verdade é que os leões podiam ter feito melhor. Nos golos sofridos defenderam mal e ficaram a dever a si próprios outro resultado. Aos leões parece faltar um matador decisivo como foram Slimani e Teo na época passada. O Sporting joga bom futebol mas não é letal. Problema para JJ resolver, mesmo que olhando aos jogadores que tem seja difícil perceber como.
Jorge Sousa teve influência no resultado. Azar no lance com Pizzi, de análise difícil e que seria menos discutido se não desse golo, erro grave com Nelson Semedo.
Texto publicado em Record Premium e na versão impressa a 12 de dezembro de 2016