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Lado B

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E que tal meter as mãos na massa?

16 Fevereiro, 2016 1061 visualizações

O futebol português tem coisas muito boas. As melhores, provavelmente, os jogadores, treinadores e adeptos. Para um país com uma economia tão depauperada e que em poucos sectores consegue rivalizar com as grandes potencias, bem pode dizer-se que são autênticos milagres os feitos dos clubes nacionais quando lançados em confrontos com rivais financeiramente mais abastados.

Apesar dos brilharetes, da classe de dirigentes, infelizmente, não se pode dizer o mesmo. São muitos os que procuram no futebol a notoriedade que não encontraram noutras atividades. Outros os que não largam mão do jogo porque o dinheiro que circula é muito. Em Portugal, lamentavelmente, nunca assistimos a uma grande operação mãos limpas. Mesmo em Itália, país tantas vezes ligado à máfia e usado como sinónimo de corrupção, elas aconteceram e gigantes como a Juventus ou o AC Milan sofreram na pele as consequências de andarem a brincar com o fogo. Por cá falta coragem política, capacidade económica às polícias e por vezes ficamos com a sensação de que os favores aos clubes são tantos que interessa a poucos perceber o que lá se passa.

 

O falhanço que foi a operação Apito Dourado, cuja incapacidade para retirar consequências deixará sempre marcas, poderia levar hoje o Ministério Público e as polícias em conjunto a uma investigação alargada e com meios aos dados que têm sido revelados pelo Football Leaks. Desde o papel desempenhado por empresas recheadas de dinheiro como a Doyen aos contratos, muitos, que parecem conter operações pouco transparentes. Não é que a revelação de documentos confidenciais e obtidos sabe-se lá como não seja, também ela, motivo de investigação. Mas num país onde os reguladores dormem na forma, era tempo de meter as mãos na massa. E não, não me refiro a essa massa. Isso acredito que já muitos fazem.

 

Texto publicado na versão impressa e em Record Premium a 3 de janeiro de 2016