Um clássico de perguntas e respostas
Texto publicado a 20 de setembro no Record Premium e na versão impressa.
Têm percursos e estilos diferentes, mas um ponto em comum: Julen Lopetegui e Rui Vitória são treinadores ainda à procura da afirmação como líderes indicados para dois dos grandes do futebol português. O primeiro faz a segunda época no Dragão após ter perdido tudo o que havia para perder no banco portista. São muito poucos os que o conseguiram e menos ainda os que se podem gabar de ali terem continuado após tamanho fracasso. Explica-se provavelmente com o facto de Pinto da Costa ser hoje um homem diferente mas também pela influência de terceiros na política desportiva do clube. O FCPorto é hoje um emblema muito dependente da capacidade de investimento da Doyen e o técnico está intimamente ligado a este fundo.
Na Luz, Vitória surge como a escolha de Vieira para fazer esquecer Jesus. A afirmação da estrutura encarnada com um treinador que custa menos de metade. A oportunidade de uma vida para um homem que fez por merecê-la.
Quem ainda desconfia são os adeptos. O FCPorto tem feito investimentos astronómicos e uma afirmação no mercado que necessitam de correspondência em vitórias. A Liga dos Campeões a época passada ainda foi tapando muita coisa, mas no Dragão quer-se menos posse e mais futebol ofensivo. A dúvida, no fundo, é se o espanhol tem unhas para aquela guitarra. O clássico é tão importante.
Para o técnico encarnado este é o segundo confronto com um rival. A derrota na Supertaça enfraqueceu Vitória, que andou a patinar até à goleada ao Belenenses. Qual o verdadeiro Benfica? O dos 6-0 ou o da 1.ª parte com o Astana? Provavelmente, nem um, nem outro. Mas é o equilíbrio que falta que serenará os adeptos. Um triunfo, para ele, seria um mimo.
