Dragão sedento de vitórias
Numa época em que ainda joga quase todas as competições, o FC Porto luta pelo regresso à hegemonia no futebol português em clima de desconfiança. O 2.º lugar na Liga explica-a. Pouco habituados a verem a equipa falhar em momentos chave, a derrota com o Benfica e o empate na Madeira deixaram um sabor agridoce nos adeptos, que reconhecem que o problema não é falta de talento.
Ainda tudo é possível no Dragão. O FC Porto voltou a depender de si próprio para ser campeão, a Taça da Liga segue dentro de momentos nos Barreiros e a Champions é dura de roer, mas cair aos pés do Bayern de Guardiola não será vergonha.
E se grande parte das contratações da SAD esta época já convenceram a mais exigente plateia do país, o homem eleito para as liderar, esse sim, continua a alimentar conversas de café e desconfianças, seja nos jornais ou corredores do poder. Pinto da Costa e Antero Henrique somaram duas derrotas pouco habituais nas suas carreiras quando escolheram Paulo Fonseca em detrimento de Leonardo Jardim e depois viram Bruno de Carvalho contratar o técnico desejado. Ainda assim, a opção Lopetegui teve o condão de convencer alguns jovens espanhóis a rumar ao Porto. Tello e Óliver são bons exemplos. Mas o que seria esta equipa nas mãos do homem que brilhou em Alvalade e faz história no Monaco? Ou mesmo de Marco Silva, que eliminou os dragões da Taça de Portugal e segue a apenas 6 pontos na liga com um plantel que custa um quarto? Se vencer, Lopetegui será herói, ele que já fala como por ali se gosta. Se perder, dar-lhe mais um ano será um risco enorme. Até porque como mostra o negócio Danilo (mais um, brilhante), vai ser preciso vender. Resta saber se há disponibilidade para continuar a investir como se não houvesse amanhã.
