Vieira e a onda vermelha
Ter Vale e Azevedo como presidente foi uma grande lição para os benfiquistas. De mentira em mentira até ao estrondo final, a caminhada de um populismo ululante acabou como acabou e o célebre advogado mora nos calabouços de uma qualquer prisão deste país. A recuperação começou com Manuel Vilarinho, mas o redimensionamento desportivo do clube da Luz deu-se com Vieira. Se o Benfica disputa hoje a liderança de todas as modalidades com o FC Porto, deve-o ao presidente. O investimento nas falaciosamente chamadas modalidades amadoras é enorme e leva o clube a jogar quase sozinho no basquetebol, liderar o campeonato no hóquei, lutar pelo título no andebol e voleibol e em ambas atacar até um título europeu. Se somarmos a longa caminhada no futebol, onde foi o presidente que mais investiu em mais de 100 anos de história, dando uma espantosa e pouco usual estabilidade a Jorge Jesus e proporcionando-lhe trutas como nunca se viu, bem pode dizer-se que se existe uma onda vermelha, ela deve-se ao trabalho de Luís Filipe Vieira nos últimos anos.
O Benfica disputa todas as modalidades com o FC Porto. Deve-o ao presidente
Quando acabar o seu reinado, Vieira será, provavelmente, escrupulosamente escrutinado pelo buraco financeiro que existe no Benfica. Não foi só ele que o originou, mas as contas não são saudáveis e o passivo não pára de crescer. O acerto entre os ativos e os passivos será feito na altura. O que não se pode negar é que se trata de um emblema pujante, que luta para ganhar em todas as modalidades, possui uma estratégia de marketing assertiva e moderna, enfim, um clube que orgulha a massa associativa, a maior do país. Um FCPorto mais aberto e menos regionalista poderia combater isto. Um Sporting sem dar tantos tiros históricos no pé também. Mas Vieira merece a onda vermelha. Trabalha muito para isso.
