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Se o processo que levou à filtragem de candidatos à presidência da Liga de Clubes não foi bonito, escasseiam as palavras para adjetivar tudo o que se passou depois, com a eliminação de Fernando Sea..." /> Não há pingo de vergonha - Lado B - Record

Lado B

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Não há pingo de vergonha

13 Junho, 2014 838 visualizações

Se o processo que levou à filtragem de candidatos à presidência da Liga de Clubes não foi bonito, escasseiam as palavras para adjetivar tudo o que se passou depois, com a eliminação de Fernando Seara e Rui Alves na secretaria. Pior, a reeleição do presidente, Mário Figueiredo, com 10 votos num universo de 57 possíveis, prolongando um imbróglio que nada tem a ver com a vontade da maioria dos clubes profissionais.

A verdade é que o que se passou na Liga roça o caso de polícia. O comportamento de Carlos Deus Pereira, quem possibilitou em termos executivos toda a caldeirada, pode ser catalogado abaixo de lamentável. E para utilizar um termo educado. Leio que o secretário de Estado está preocupado. Haja alguém. Espero que Governo e a Federação estejam a analisar tudo e a estudar formas de devolver a legitimidade a quem preside.

Confesso que o papel de Mário Figueiredo no meio de tudo isto me deixa perplexo. Como se sente legitimado um homem que tem 10 votos numa eleição em que concorre sozinho, é coisa que me escapa. É óbvio que sendo advogado de profissão, o madeirense está ali a defender interesses que não são os seus, mas sim de quem tudo tem feito para o manter lá. E se lermos as declarações de Luís Filipe Vieira acerca desta liderança, facilmente percebemos de onde chegam as instruções e quem esteve por detrás de mais um golpe palaciano no futebol português.

É verdade que Figueiredo não passa de um assalariado, mais um, que recebe e cumpre ordens, mas são pessoas assim que nos mostram que nos dias de hoje já não há um pingo de vergonha. Há quem faça tudo para se manter no poleiro. Passando por cima de valores como a honestidade, a dignidade ou o merecimento. Não é a primeira vez no futebol português. Mas este episódio faz lembrar os tempos dos chitos, esses protagonizados por quem já não anda cá.

O papel de Benfica e Sporting em todo este processo é muito questionável. Como o do FC Porto. Que faz e diz uma coisa quando integrado em assembleias com os clubes pequenos e na calada alinha estratégias com supostos inimigos. Tudo isto sempre aconteceu e continuará a acontecer, mas confesso que não deixa de me espantar até onde vai a falta da vergonha. Que Mário Figueiredo consiga ocupar o posto de presidente da Liga sem ruborizar é algo que não consigo perceber. Sorte a de quem tudo consegue fazer para chegar lá acima. E uma vez no tacho não o largar até que tudo esteja bem rapadinho. No fundo, uma boa imagem do que é hoje este país. Feio e triste.