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Nas conversas de café a época do Sporting é, para os adeptos rivais, apenas mais uma como tantas outras: o leão não ganhou nada. É verdade. Descontextualizada e vista daqui a 50 anos será assim. Ma..." /> Sporting: Um milagre de campeões - Lado B - Record

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Sporting: Um milagre de campeões

28 Abril, 2014 952 visualizações

Nas conversas de café a época do Sporting é, para os adeptos rivais, apenas mais uma como tantas outras: o leão não ganhou nada. É verdade. Descontextualizada e vista daqui a 50 anos será assim. Mas, mesmo nos cafés, haverá alguns mais honestos intelectualmente, que olharão com olhos de ver para o trabalho realizado por Bruno de Carvalho e Leonardo Jardim e reconhecerão que não esperavam tanto em 2013/14.

Ver Leonardo Jardim com capacidade para bater recordes históricos na época seguinte ao descalabro que foi 2012/13 é um milagre. Não de Fátima, mas de trabalho. Do presidente primeiro, que reuniu condições para que a temporada decorresse sem problemas de maior. Não se venderam jogadores à pressa para pagar salários, não houve levantamentos de rancho por dá cá aquela palha e a contestação passou à clandestinidade. Não que tenha deixado de existir, mas a maioria ruidosa está hoje no poder e quem perdeu é mais de golpes palacianos do que de bancadas. Refira-se que, com o campeonato realizado, só alguém sem vergonha se queixaria. Mas para além de ter conseguido devolver a estabilidade ao clube, o presidente conseguiu outro feito notável, e esse foi escolher Leonardo Jardim.

O treinador madeirense trouxe uma nova dimensão ao futebol do Sporting. Não pode dizer-se que tenha encantado especialmente ou que se produziram exibições nunca vistas, mas as vitórias averbadas, a competitividade da equipa e a forma como se bateu em quase todos os jogos não se via, provavelmente, desde que Paulo Bento abandonou Alvalade. E isto com um plantel barato, a custar menos de um terço que o de Benfica e FC Porto, cometendo a proeza de deixar os dragões fora do apuramento direto para a Liga dos Campeões. Felizmente para Jardim, talvez por terem penado tanto no período que se seguiu, hoje em Alvalade os adeptos aprenderam a celebrar um segundo lugar com sabor a primeiro. Imagine-se o que seria se tivessem conquistado um dos troféus que Bento deixou nas vitrinas e na altura tão menosprezados foram por alguns.

É verdade que Bruno de Carvalho e Leonardo Jardim parecem ter uma tarefa hercúlea pela frente. Fazer mais com menos é possível, mas só até certo ponto. Bento, outra vez ele, foi precisamente vítima desse paradigma. Mas o trabalho realizado merece o benefício da dúvida. Não será fácil, pelo contrário, repetir esta época, tendo pela frente compromissos ainda mais exigentes. Mas se havia quem não acreditasse, e confesso, eu era um deles, agora prefiro esperar para ver. Bruno e Leonardo merecem pelo menos isso.