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O futebol português não é só Benfica, Sporting e FCPorto, por muito que esses sejam os clubes com maior aceitação social e, por isso, cobertura mediática. Felizmente há outros projetos que merecem ..." /> Há vida fora dos grandes - Lado B - Record

Lado B

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Há vida fora dos grandes

8 Abril, 2014 721 visualizações

O futebol português não é só Benfica, Sporting e FCPorto, por muito que esses sejam os clubes com maior aceitação social e, por isso, cobertura mediática. Felizmente há outros projetos que merecem análise e aplauso, alguns quem sabe até mais, pelas dificuldades com que se debatem dia após dia. Ontem, em Guimarães, estavam em confronto duas das mais interessantes equipas nacionais.

Os locais são um dos emblemas históricos da Liga, um clube com uma massa associativa significativa e que apenas as dificuldades financeiras com que se debate impedem mais ambição. Ainda assim, e apesar da derrota e do momento negativo vivido, o trabalho de Rui Vitória e Júlio Mendes merece aplauso. O presidente porque trouxe estabilidade, organização e capacidade de intervenção a um clube que parecia à deriva há demasiado tempo. Depois, capaz de uma aposta desportiva certeira, conseguiu, com uma redução substancial de orçamento, não só montar uma equipa competitiva, como até regressar aos títulos, algo que parecia impossível, ainda por cima frente ao milionário Benfica. É aqui que entra Rui Vitória. Foi ele o braço-armado do presidente. Foi com estrangeiros de segunda escolha e uma significativa aposta na formação que o treinador montou um onze capaz de se bater com toda a gente, ainda que pareça muitas vezes faltar qualquer coisa. Mas não será suficiente o milagre que vem sendo feito em Guimarães? Pelo bem do clube, do futuro de um emblema que muito respeito, espero que Mendes e Vitória se entendam quanto antes e tenham a capacidade de chegar a uma renovação que agrade a ambas as partes. Juntos podem continuar a fazer milagres, mesmo que alguns não o vejam. A outra dimensão, o Sporting vive um momento semelhante.

Com o Estoril e Marco Silva o enquadramento é diferente, mas o trabalho igualmente merecedor das maiores loas. O jovem técnico é uma lufada de ar fresco no futebol cá do burgo há já algum tempo. Bom discurso, ideias futebolísticas interessantes e ganhadoras, liderança exemplar e vontade criada em todos de o ver a conduzir um bólide mais potente. Enquanto a oportunidade não chega, Marco vai conquistando classificações europeias e fazendo do Estoril o que os adeptos não sonhavam. Aliás, nem os patrões. É verdade que o técnico beneficia do trabalho de Tiago Ribeiro e da Traffic, mas aqui parece claramente que é o primeiro a fazer obra com o que lhe é proporcionado pelo segundo. Merecem todos parabéns.

Podia também falar da guerra na Liga. Mas para quê? É tão triste.

TEXTO PUBLICADO NA VERSÃO IMPRESSA DE RECORD A 05-04-2014