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Ao mesmo tempo que pedem medalhas a todos os que foram a Londres, os portugueses deviam parar para pensar como é que elas se tornam realidade, porquê e já agora como é difícil lá chegar. Em país on..." /> O ouro do investimento - Lado B - Record

Lado B

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O ouro do investimento

10 Agosto, 2012 786 visualizações

Ao mesmo tempo que pedem medalhas a todos os que foram a Londres, os portugueses deviam parar para pensar como é que elas se tornam realidade, porquê e já agora como é difícil lá chegar. Em país onde tudo é visto como custo e não investimento, mesmo quando falamos de sectores vitais como a saúde, a justiça ou a educação, são muitos que vestindo a pele de adeptos aceitam que os seus clubes gastem milhões e milhões em craques de pés de barro mas que condenam o Estado por construir infraestruturas ou subsidiar atletas tantas vezes amadores para que a palavra desporto faça sentido em Portugal. É engraçado pedir medalhas ao mesmo tempo em que nas escolas se corta a torto e a direito, com o desporto escolar a sofrer consequências imprevisíveis das horas que são tiradas aos professores pela santa doutrina da troika.

A canoagem chega às medalhas em Londres, primeiro, porque tem praticantes de valor. Sem matéria-prima de qualidade ninguém faz milagres e Emanuel Silva e Fernando Pimenta são credores de todos os elogios. Como português, aproveito para lhes dizer obrigado. Mas há mais. O trabalho sério de uma federação que investiu na contratação de um selecionador estrangeiro de créditos firmados, no caso Ryszard Hoppe. Isto somado ao investimento de governos anteriores em centros de alto rendimento, que proporcionam condições de treino de alto nível aos atletas. Isto de querer medalhas sem planear, investir e trabalhar muito só para fenómenos da natureza e esses, pelo menos sem trabalho, perdem-se nas esquinas da vida.

À imagem do que sucedeu no voleibol com Juan Diaz, no basquetebol no tempo de Valentin Melnychuk, no polo aquático com Lajos Lorincz e no andebol na era Aleksander Donner, a aposta em quem sabe realmente o que faz e o facultar de condições de trabalho ajuda muito à obtenção de resultados que deixam todos orgulhosos. Os atletas não nascem ensinados e as medalhas não crescem nas árvores. Afinal, mesmo para colher tempestades é preciso semear ventos. Portugal tem de investir. Ou definhar definitivamente.